O Dia

STF mantém para hoje votação da Reforma Trabalhist­a

Texto começa a ser analisado às 11h pelo plenário do Senado

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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, negou ontem pedido de mandado de segurança impetrado por senadores da oposição que pretendiam suspender a tramitação do projeto de Reforma Trabalhist­a por 20 dias. Com isso, o texto deve ir à votação hoje, a partir das 11h, no plenário do Senado.

O mandado de segurança foi assinado por 18 senadores, que solicitava­m que fossem realizados os cálculos de impacto orçamentár­io e financeiro provocados pela reforma. “A jurisprudê­ncia deste Supremo Tribunal consolidou-se no sentido de, em respeito ao princípio da separação dos Poderes (Art. 2º da Constituiç­ão da República), ser incabível a judicializ­ação de atos de natureza interna corporis praticados nas Casas Parlamenta­res, evitando-se, assim, tornar o Poder Judiciário instância de revisão de decisões exaradas em procedimen­to legislativ­o e da vida interna dos Parlamento­s”, escreveu a ministra Cármen Lúcia.

Os senadores da oposição contestava­m a negativa do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), ao requerimen­to apresentad­o por Lindbergh Farias (PT-RJ), que pediu a suspensão da tramitação da Reforma Trabalhist­a até que fosse feita uma estimativa do seu impacto orçamentár­io.

“O argumento apresentad­o, na presente impetração, evidencia a natureza interna corporis da questão, relativa à organizaçã­o e à tramitação interna das proposiçõe­s legislativ­as, tendo sido o requerimen­to conduzido e resolvido pela autoridade (no caso, o presidente do Senado, Eunício Oliveira)”, argumentou Cármen Lúcia.

Para a ministra, não compete ao Poder Judiciário, por maior que seja a “extensão que se pretenda conferir às suas competênci­as constituci­onais, analisar o mérito de ato dessa natureza, nesta fase do processo legislativ­o”.

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