O Dia

Liberdade em ruína

Retomada de Mossul, reduto do Estado Islâmico no Iraque, mostra uma cidade onde pouca coisa restou e há muita dor

- Bagdá Com

Areconquis­ta de Mossul, principal reduto do Estado Islâmico no Iraque, é a mais importante vitória das forças aliadas desde que o grupo extremista se apoderou em 2014 de vastos território­s no país e na vizinha Síria. Apoiada por baterias de bombardeio­s aéreos da coalizão, a ofensiva reduziu grande parte da cidade a escombros.

Apesar da vitória importante, a retomada de Mossul não marcará o fim da guerra contra o EI, que ainda controla várias zonas no Iraque, incluindo as cidades de Tal Afar (50 km a oeste de Mossul) e Hawija (cerca de 300 km ao norte de Bagdá) e zonas desérticas da província de Al-Anbar (oeste). O grupo extremista também detém território­s no leste e no centro da Síria, apesar de ter perdido terreno desde 2015 — Raqqa é cercado pelas forças aliadas.

Os civis encurralad­os na cidade viveram ao longo dos últimos meses em condições subumanas, sofrendo com a falta de alimentos, bombardeio­s e intensos combates, além de serem usados como escudos humanos pelos extremista­s. “Muitos não têm mais casa e os serviços essenciais, como fornecimen­to de água e de eletricida­de. Infraestru­turas como escolas e hospitais precisam ser reconstruí­das”, alertou ontem o Alto Comissaria­do para os Refugiados.

O primeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi, declarou ontem que, após a vitória em Mossul contra o Estado Islâmico, a prioridade para o governo é a “estabilida­de e a reconstruç­ão”.

Donald Trump também elogiou a reconquist­a. “A vitória em Mossul demonstra que os dias do EI no Iraque e Síria estão contados”, disse, em nota. Contudo, o tenente-geral Stephen Townsend, comandante da coalizão liderada pelos EUA, alertou que “ainda resta dura luta à frente”.

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