Polícia Federal caça atletas fantasmas
Fraude desviou R$ 885 mil do Ministério do Esporte
Polícia Federal defla- grou ontem, em Brasí- lia, a Operação Hava- na, para investigar um esque- ma de desvio de dinheiro do Ministério do Esporte, por meio do Programa Bolsa Atle- ta. A fraude teria movimenta- do R$ 885 mil — em valores corrigidos, a quantia chega a R$ 1 milhão. Foram emitidos seis mandados de busca e apreensão e seis de condução coercitiva contra os suspeitos, mas apenas quatro foram cumpridos.
De acordo com as investigações, a quadrilha, durante o ano de 2012, inseriu no siste- ma de banco de dados do Mi- nistério do Esporte informa- ções de 25 atletas fantasmas, com o objetivo de conseguir a liberação de recursos. A pessoa apontada como líder do esquema, um brasileiro nasci- do em Cuba — daí a origem do nome da operação —, seria um servidor terceirizado do ministério que agia juntamen- te com funcionários do setor de pagamentos, responsáveis por acessar e fraudar os da- dos. A Polícia Federal não di- vulgou o nome dos suspeitos.
Por meio de nota oficial, o Ministério do Esporte afirmou que o pedido de investigação partiu da própria pasta. “A coordenação do Bolsa Atleta à época identificou possível fraude no programa e instaurou uma apuração interna. Após a conclusão do processo administrativo, a denúncia foi encaminhada à Polícia Federal”, informa uma trecho da nota.
O Programa Bolsa Atleta foi criado em 2005 para ser destinado a atletas que atingem bons resultados, tanto em competições nacionais quanto internacionais, e é subdividido em seis categorias diferentes: Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpico/Paralímpico e Pódio. Os valores variam de R$ 370 a R$ 15 mil.