Roubo de veículos dispara no Rio
Dados de julho do ISP mostram aumento de 59,5%. Roubos de celular e em coletivo também crescem
Oroubo de veículos voltou a figurar entre os crimes com maior aumento de ocorrências no estado. Dados divulgados ontem pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostraram que, no mês passado, o número de registros subiu 59,5% em relação a julho de 2016. Foram cerca de 1,8 mil roubos a mais, totalizando 4.953 registros. Quando a comparação é entre os sete primeiros meses de 2017 e 2016, o salto é de 42,9%.
Há pelo menos três meses, esse tipo de crime vem aumentando. Em junho, o roubo de veículos cresceu 37,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Maio e abril registraram altas de 41,1% e 50,1%, respectivamente. Segundo o coronel da PM, Mário Sérgio Duarte, este cenário está relacionado à perda de expressividade da corporação. O efetivo da Polícia Militar perdeu 1,3 mil homens em um ano — o último concurso para incorporação de novos agentes aconteceu em 2014.
“As expectativas são sombrias. Não há mais reposição de agentes por causa da crise econômica. A PM vai diminuindo ao longo do tempo e perdendo o papel de polícia efetiva”, declarou Duarte. O roubo de veículos vem aterrorizando a Região Metropolitana cidade. Em uma única noite, em 20 de julho, em São João de Meriti, na Baixada, 14 carros foram roubados por um grupo que fez um arrastão na região central do município. No final de julho, cinco criminosos renderam diversos motoristas também, em Irajá, e roubaram dois veículos na ação.
Os casos de roubos de aparelhos celulares cresceram 47,1% na comparação com julho de 2016, atingindo 2.472. Na mesma comparação, os roubos em coletivo subiram 36%, para 1.556.
MENOS MORTES
Dos índices que refletem sinais positivos para o estado, a recuperação de carros roubados teve a maior representatividade. Em julho, a alta foi de 44,9% em relação ao mesmo mês de 2016. De janeiro a julho, a diferença foi de 33,5%.
O ISP também registrou menos casos de mortes violentas (letalidade violenta). Foram 454 vítimas de homicídio doloso, latrocínio, homicídio decorrente de oposição à intervenção policial e lesão corporal seguida de morte, o menor número registrado este ano. São 11 vítimas a menos em relação ao mesmo período do ano anterior, o que representa uma queda de 2,4%.
A Área Integrada de Segurança Pública (AISP) 20, que compreende Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis, na Baixada Fluminense, foi a que apresentou o maior número de mortes em julho (49), 10,8% das vítimas totais de letalidade violenta do estado. Já a AISP 19, de Copacabana e Leme, não registrou nenhum caso de letalidade violenta em julho.