Projetos para revolucionar a Educação
Secretário de Educação inicia série de projetos que prometem revolucionar o ensino na cidade maravilhosa
César Benjamin, secretário de Educação do município, tem como meta zerar o analfabetismo funcional até o fim de sua gestão, em 2020, além de incluir atividades lúdicas e artísticas na rotina dos estudantes cariocas.
Convenhamos que nunca passou pela cabeça do carioca que um secretário de Educação do município tivesse coragem de peitar a polícia, exigindo a retirada dos temíveis “caveirões” das portas de escolas. Muito menos se imaginava que um secretário viesse a público denunciar que centenas de escolas estavam sendo fechadas, deixando milhares de crianças sem aulas, por causa de tiroteios insanos que não deixavam ninguém feliz. O que ninguém sonhava, um homem tornou real. E esse homem também sonha.
Só que os sonhos dele atendem pelo nome de metas. “E eu adotei como meta zerar o analfabetismo funcional na rede”, diz com toda a convicção do sonhador, o secretário municipal de Educação, César Benjamin.
“Logo que entrei na secretaria percebi que havia discrepância grande entre o que as estatísticas mostravam e a percepção que vinha da conversas com diretores e professores”, explica o secretário. Os números oficiais indicavam um residual de analfabetismo na ordem de 2%, na rede. Os dois primeiros anos do Ensino Fundamental, quando não há reprovação, são os períodos em que os estudantes têm que aprender a ler, escrever e dominar os princípios básicos da matemática. No entanto, quando os alunos chegavam ao terceiro ano, muitos continuavam apresentando dificuldades nestes fundamentos. Tanto que cerca de 24% eram reprovados. “O que é um problema muito grave tanto para os alunos, que vão ficando para trás, se desestimulando, o que acaba resultando em evasão; quanto para a rede, porque ela é desenhada para ter um fluxo. Se o aluno em vez de fazer o curso em nove anos, faz em 12, em 13, fica muito mais gente. Isso é um peso enorme”, afirmou o secretário. Para acabar com o problema, o professor Benjamin montou um mega- projeto, com um time de dois mil professores alfabetizadores, para romper a situação atual. “Esse é o grande projeto pedagógico que estamos montando e que exigirá também o apoio de psicólogos, assistentes sociais e profissionais da área de saúde”, ensina o secretário, lembrando que há um subgrupo de alunos que têm dificuldades especiais de aprendizado, embora não sejam deficientes. “Às vezes, é um problema simples. A criança pode ser míope. Se ela tiver óculos no primeiro ano, provavelmente, vai passar de ano”.
Apesar de ser o maior desafio, o fim do analfabetismo funcional na rede não é o único sonho do professor Benjamin. Ele quer montar uma sinfônica. “Nossa expectativa é terminar a gestão, com uma orquestra de 120 alunos da rede. Para isso, temos que ter milhares de jovens fazendo música aqui atrás. Então, no nosso projeto, a gente chega a 2020 formando 80 mil instrumentistas”. O professor Benjamin também tem projetos para teatro, capoeira e horta nas escolas. Para tornar os sonhos realidade, em tempos de recursos escassos, pela primeira vez, o município vai recorrer às leis de incentivo fiscal. “Montei um grupo de captação de recursos”, revela o professor Benjamin, que pretende convencer a sociedade e, principalmente, a iniciativa privada a sonhar com ele.
As escolas saem na imprensa como vítimas da violência. E são mesmo. Mas, também são pólos de resistência civilizatórios