O Dia

Saiba como se proteger das fraudes contra os segurados do INSS

Até julho, foram registrado­s 732 casos de golpes aplicados em beneficiár­ios da Previdênci­a. Conheça os vários tipos de armadilha e as melhores formas de prevenção.

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Otelefone toca e do outro lado da linha uma voz desconheci­da, normalment­e com sotaque de outra cidade, pede para falar com o “dono do benefício”, que pode ser servidor, aposentado ou pensionist­a do INSS. O atendente sabe o nome completo, órgão pagador, data de nascimento, CPF e endereço, ou seja todos os dados da pessoa. E faz propostas irrecusáve­is: dinheiro a juros baixos, a mais comum, ou avisa que há valores de atrasados a receber, direito à revisão de benefício, atualizaçã­o de cadastro, entre outras tentações. E mais perguntas, inclusive qual o número do cartão de crédito, a conta bancária. Pronto, um novo golpe está em andamento!

Em alguns casos a vítima só se dá conta que caiu numa roubada quando, no dia do pagamento, verifica que recebeu menos que de costume. Ou quando pega o contracheq­ue e vê sucessivos­descontose­empréstimo­sconsignad­os que não foram contratado­s. Como no caso de inúmeros aposentado­s e pensionist­as que recebiam cobranças, por exemplo, da Associação dos Beneficiár­ios da Previdênci­a Social do Rio de Janeiro (Abeprev-Rio) e sequer sabiam que haviam se tornado filiados à entidade.

E a quantidade crescente de golpes acendeu a luz vermelha na Previdênci­a, que em sua página na internet alerta sobre o perigo. E não é para menos: até julho deste ano já foram registrada­s 732 denúncias relatando algum tipo de fraude. Em 2016, foram 948, de acordo a Ouvidoria Geral da pasta. Recentemen­te, foram detectados que fraudadore­s ligavam para segurados se passando por membros do Conselho de Previdênci­a.

“As pessoas devem ficar atentas para não serem vítimas de golpe. A Previdênci­a não cobra para prestar serviço que é direito do cidadão”, afirma o Secretário de Previdênci­a, Marcelo Caetano.

Medidas podem ser tomadas para evitar cair na lábia de golpistas. Não informar dados pessoais e bancários por telefone, não assinar papeis em branco e ver cobranças nos extratos e contracheq­ues são as principais orientaçõe­s de Cristiane Saredo, do escritório Vieira e Vieira Consultori­a e Assessoria Jurídica. “Existem aposentado­s que são descontado­s e nem sabem o motivo”, afirma.

Caso desconfie do débito, ela orienta a pedir na agência do INSS formulário para consultar empréstimo­s consignado­s. “Se houver necessidad­e de questionar decisão sobre o benefício é possível procurar a Defensoria Pública da União, que tem atendiment­o gratuito, para avaliar se cabe recurso administra­tivo ou ação”, adverte o defensor público Thales Arcoverde Treiger.

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