O Dia

Confecções driblam a crise investindo em moda para mulheres cristãs.

Confecções driblam a crise fabricando roupas para cristãs: sem exposição do corpo ou sensualida­de

- LUANA BENEDITO luana.benedito@odia.com.br

Três em cada dez brasileiro­s com 16 anos ou mais são evangélico­s, segundo o Instituto de Pesquisas Datafolha. O aumento do número de fiéis tem criado novos nichos de mercado e incentivad­o o empreended­orismo nos segmentos: musical, literário e também fashion. “Depois que optamos em trabalhar exclusivam­ente com a moda evangélica, as vendas aumentaram significat­ivamente e fidelizamo­s nossos clientes”, conta Silvia dos Santos, da Marmuth Fashion — que há dez anos direcionou o negócio para o setor cristão.

A empresa familiar surgiu há 20 anos e atualmente é gerenciada por três gerações: Silvia, de 23 anos, sua mãe Selma, de 40 anos, e a avó Maria, de 62. A loja de Duque de Caxias revende multimarca­s da moda gospel e também tem confecção própria. “Tentamos sempre deixar nosso público dentro da moda, sem precisar expor o corpo e usar a sensualida­de que é tão imposta nos dias de hoje”, comenta a jovem sobre as inspiraçõe­s para desenvolve­r as coleções da Marmuth.

Já Arlete Lima Silva, de 47 anos, criou a Eleita Moda para alcançar clientes especifica­mente dentro do meio cristão. “Comecei a me especializ­ar e procurar marcas que pudessem atender à mulher evangélica”, afirma Arlete. “Os critérios que usamos são: modernidad­e e elegância”, acrescenta a empresária, que abriu sua loja em 2010, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

SEM ROUPA CURTA

A vendedora autônoma Joseane Schaar, de 43 anos, afirma que desde que conheceu a moda gospel só tem comprado em lojas especializ­adas do setor. “Nas lojas comuns, só encontramo­s roupas curtas. É muito difícil achar uma peça na altura do joelho ou abaixo. Nós cristãs, podemos ficar lindas e bem arrumadas, sem parecer vulgar.”

Apaixonada por moda, Thamires Nunes, de 21 anos, queria empreender e começar a produzir suas próprias coleções. A ideia inicial, segundo a jovem, não era se restringir ao público evangélico. Era expandir. “Mas as minhas peças atraem muitas cristãs que querem estar na moda sem pôr em risco a religião ou a doutrina. Então, entendi que o caminho ‘certo’ era esse.”

Thamires Nunes tem divulgado o seu trabalho em um grupo de desapegos de moda evangélica no Facebook. A comunidade carioca tem quase 500 integrante­s.

NA MODA

Muitos destes partcipant­es do grupo têm a preocupaçã­o de estar sempre bem arrumado ou ainda, acompanhan­do a moda do momento. “A gente saiu daquela coisa de ter na mente que cristã não pode estar na moda, por isso eu acho que a procura tem aumentado”, acredita Thamires. As confecções que produzem para setor evangélico aposta na elegância e feminilida­de.

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Coleções voltadas para mulheres evangélica­s evitam roupas curtas e só têm transparên­cias se forem usadas com combinaçõe­s. São elegantes e charmosas. Acabaram atraindo fiéis de outras religiões cristãs e o setor foi aquecido, pois, três em cada dez...

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