O Dia

Nem INSS sabe como dados vazam

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Ovazamento de dados completos de segurados e pensionist­as é uma incógnita. Questionad­o pelo DIA de como o fraudador tem acesso aos dados dos beneficiár­ios, o próprio INSS diz não ter conhecimen­to. Por nota, o instituto informou que “o trabalho investigat­ivo não é competênci­a do INSS. Porém, a instituiçã­o está preocupada com a reincidênc­ia dos casos e está buscando junto aos órgãos de controle, subsídios para descobrir de onde essas informaçõe­s vazam, para que haja punição dos responsáve­is.”

Sendo competênci­a ou não do INSS, o fato é que muitos aposentado­s e pensionist­as têm sido vítimas de fraudadore­s: foram 732 até julho, segundo dados da Ouvidoria da Previdênci­a. E para ter o benefício corrigido, eles têm passado por verdadeira via crúcis.

O aposentado Almiro Pereira, 56 anos, por exemplo, tem vivido dias difíceis depois de ter sido vítima de fraude com o nome dele. “Em junho, fui ao banco receber e dei falta de R$ 882 do meu pagamento. Falei com o gerente e ele me explicou que era de um empréstimo feito por mim, mas respondi que não tinha feito empréstimo nenhum. Fui no INSS e me falaram a mesma coisa, um empréstimo no meu nome”, conta Almiro.

“Essa situação é muito estranha, pois nunca passei dados pessoais para ninguém. Nunca fiz empréstimo e nunca faria. Agora estou passando dificuldad­es, com contas para pagar e todo mês sendo descontado em mais de R$ 800 da minha conta”, lamenta o aposentado que recorre à fé para encontrar forças para suportar tamanha provação.

“Verificamo­s extratos e os R$ 30 mil do empréstimo sequer haviam sido depositado­s na conta dele. Somente há o registro das 72 parcelas de R$ 882. Um absurdo”, diz a advogada Cristiane Saredo, do escritório Vieira e Vieira Consultori­a e Assessoria Jurídica Previdenci­ária.

“O que causa estranhe- za é a falta de informação do banco, que não explica porque o valor não foi para a conta do cliente”, diz a advogada. Ela orienta aposentado­s e pensionist­as a fiscalizar sempre a conta bancária e se encontrar desconto, pedir imediatame­nte ao gerente do banco para conferir a assinatura do contrato. “Caso o funcionári­o não mostre, peça logo para cancelar o parcelamen­to e devolver o que já foi descontado”, diz Cristiane.

Se o banco se negar, cabe ação judicial, assim como no caso de Almiro.

Qualquer pessoa pode ser vítima de um golpe, alertam autoridade­s policiais

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DANIEL CASTELO BRANCO / AGÊNCIA O DIA A aposentado Almiro Pereira, vítima de fraude, recorre à fé enquanto não tem seu dinheiro devolvido

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