O Dia

Oretratode mãesem situaçãode desespero

Atração de hoje no Sesc Ginástico,‘Um berço de pedra’ apresenta histórias de mulheres que lutampor seus filhos

- Diretor

Depois de duas temporadas em São Paulo, a peça ‘ Um berço de pedra’, do dramaturgo Newton Moreno, chega ao Rio para temporada no Sesc Ginástico, no Centro. A sessão de hoje, às 18h, encerra o primeiro fimde semana de apresentaç­ões, que seguem até o dia 24 deste mês, comencenaç­ões de sexta-feira a domingo.

Em ‘ Um berço de pedra’, seis atores interpreta­m uma coletânea de cinco textos inéditos de NewtonMore­no, que se relacionam a partir de um tema em co- mum: a maternidad­e como ofício e resistênci­a. Em cada história, os personagen­s principais são mães que se veem obrigadas a defender seus filhos de alguma ameaça. Em alguns casos, na iminência de perdê-los.

As ações se desenrolam como num ‘poema-cênico’, explica o diretor e cenógrafo William Pereira, com variações dramáticas repletas de humanidade e poesia. “Assim como em uma sinfonia, vários movimentos, ritmos, densidades e texturas distintas criam uma polifonia de significad­os e sensa- ções”, descreve Pereira.

Acada ato, além das histórias, os cenários também se modificam, e o espaço cênico transforma-se em deserto, jardim ou penitenciá­ria, conforme os temas de cada texto deNewtonMo­reno.

No começo do espetáculo, a caixa cênica está cober- ta de areia, que simboliza a terra infértil, onde se sepultam os mortos e as sementes não germinam: umametáfor­a para o útero seco.

Na sequência, a areia vira jardim, e tem início a representa­ção do primeiro texto, chamado ‘ Canteiro’. Nele, duas travam um debate. Uma delas, interpreta­da pela atriz Lilian Blanc está em busca do filho desapareci­do durante a ditadura militar (1964-1985).

Ao fim do ato, com o jardim arrasado e a mãe sobre os destroços, tem início a segunda passagem da peça, in- titulada ‘O caminho do milagre’. É um dos momentos mais tensos de ‘Umberço de pedra’, em que Cristina Cavalcanti e Eucir de Souza vivem dois personagen­s que se confrontam dentro de uma prisão. Ela é vítima de estupro e está grávida. Ele é o acusado do crime e o pai da criança, e a recebe para uma visita.

O terceiro texto também se passa no espaço de uma prisão. Em ‘Medea’, a personagem interpreta­da pela atriz Luciana Lyra está detida, cumprindo pena por infanticíd­io.

Ato que dá nome ao conjunto, ‘Um berço de pedra’ aborda a condição feminina em áreas de conflito, com atuação de Cristina Cavalcanti e Débora Duboc. ‘Tráfego’, comator JairoMatto­s, retrata os conflitos de um filho que foi vendido pela mãe logo ao nascer.

Apeça ‘Umberço de pedra’ venceu os prêmios Shell de melhor iluminação e AplausoBra­sil de ator coadjuvant­e “Háumainter­ação entre os atores e a música como parte marcante da narrativa teatral William Pereira,

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Atrizes dão vida a personagen­s inéditos de Newton Moreno
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