CADEIRAS VAZIAS
OCenso da Educação Superior de 2016, divulgado pelo MEC, na quinta-feira (31), dá bem a medida de como a crise econômica afetou os alunos das faculdades particulares. Para começar, o número de estudantes matriculados foi praticamente o mesmo de 2015. Além disso, o total de novos estudantes em cursos presenciais diminuiu. Já a quantidade de inscritos para a Educação à Distância cresceu.
Esses últimos dados mostram o tamanho da crise, como avalia o professor Joaquim Soares Neto, da Universidade de Brasília: “Na medida em que há redução do Fies, quem quer estudar e não tem recursos está procurando outro caminho, como o ensino a distância”, diz ele, que é membro do Conselho Nacional de Educação. Neto ressalta a importância de expansão do financiamento estudantil para garantir o acesso das famílias mais pobres ao Ensino Superior.
A queda no número de novos alunos de cursos presenciais é preocupante. Em 2016, ingressaram nas faculdades 2,14 milhões de alunos, 4% a menos do que no ano anterior. É o segundo ano consecutivo de recuo em novas matrículas presenciais.
Como o aperto econômico continuou se aprofundando em 2017, é possível que um Censo futuro mostre o cenário deste ano ainda mais negativo do que percebemos atualmente. É preciso que o governo federal fique atento a essas estatísticas.