O Dia

Depois de problemas com burocracia, adeus ao 102º PM morto em 2017

Durante boa parte da manhã, Jéssica, viúva do cabo PM Júlio César Silva de Oliveira, foi impedida de liberar o corpo do marido. Contornada­s as dificuldad­es no IML, o enterro aconteceu no Cemitério Jardim da Saudade.

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Um casal de policiais militares foi baleado, em uma tentativa de assalto, na madrugada de sexta-feira, na Rua Antônio José de Morais, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. De acordo com a corporação, eles estavam de folga, voltando para casa de carro, quando foram abordados por criminosos.

O subtenente, identifica­do como André Abdala, foi atingido por tiros no rosto e no joelho. Já a sua esposa, a sargento Vaneska Carla, foi ferida no tórax e no abdômen. Inicialmen­te, eles foram encaminhad­os para o Posto de Atendiment­o Médico (PAM) do bairro Éden, no mesmo município, mas depois foram transferid­os para o Hospital Central da PM. O estado de saúde dos dois é estável.

Ontem, o 102º policial assassinad­o este ano foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. O cabo Júlio Cesar Silva Oliveira, de 36 anos, morreu após um assalto, dez minutos depois de ter deixado o trabalho na UPP Chatuba, no Complexo da Penha. Cerca de 100 pessoas que acompanhar­am o cortejo, usavam camisetas com a foto do agente e mensagens de protesto contra a violência no Rio.

A família de Júlio teve dificuldad­e para liberar o corpo do Instituto Médico Legal, pois os assaltante­s levaram seus documentos. “Já tiraram ele de mim. Eu só quero ter o direito de enterrar o meu marido. Você que tirou a vida do meu marido, que levou tudo o que eu tinha, devolva os documentos para que eu possa enterrar hoje”, desabafou a viúva, Jéssica Oliveira, enquanto cuidava da burocracia no IML ontem. O corpo foi liberado após a Polícia Civil ter conseguido uma cópia da identidade de Júlio.

Jéssica estava casada com o policial há cinco anos. Em depoimento à polícia, um colega, que viu a ação do assalto, disse que o policial tentava fugir quando foi baleado. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu antes de chegar ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.

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SANDRO VOX / AGÊNCIA O DIA Jéssica, mulher de Júlio, teve dificuldad­e para liberar o corpo do IML. No enterro, ela foi amparada por policiais

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