O Dia

INFERNO NO CÉU E NA TERRA

Não bastassem três furacões devastador­es, o chão treme no México, no maior terremoto do século. Já são pelo menos 58 mortos na região do abalo, também ameaçada pela tormenta Kátia. Tempestade­s Irma e José chegam à categoria quatro

- > Cidade do México e Miami Com Agência France Presse

Ao menos 58 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em um potente terremoto que sacudiu o sul do México, o maior registrado no país nos últimos 100 anos. Desespero a mais para uma população que se preparava para a chegada de Katia. O fortalecid­o furacão avançava rumo ao Estado mexicano de Veracruz, onde ontem seus habitantes aceleravam as medidas de segurança como podiam enquanto se recuperava­m do susto provocado pelo tremor que atingiu o país na noite de quinta-feira. Até o momento foram registrada­s mais de 260 réplicas, a mais intensa de 6,1 graus. O balanço de mortos pode aumentar nas próximas horas. Não muito longe dali, Irma seguia seu rastro fatal, com 20 mortos e destruição.

O Furacão Katia, que ontem subiu à categoria dois (de cinco), se encontrava às 12h (de Brasília) a 205 km do Porto de Veracruz, com ventos de 155 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.

Em Tecolutla, na costa de Veracruz, o terremoto de 8,2 graus de quinta-feira à noite reviveu trágicas lembranças de 1999, quando outro sismo sacudiu a zona dias antes de o povoado ser inundado por um rio. “Já estávamos lidando com o furacão, e com o tremor se assustaram ainda mais”, relatou Daniel Salas, de 29 anos, trabalhado­r voluntário da Defesa Civil.

“Durante a madrugada, algumas pessoas começaram a se retirar em seus veículos, começaram a sair para povoados vizinhos, antes de que algo mais acontecess­e”, acrescenta Salas, enquanto pregava tábuas sobre as janelas e portas da sua casa.

Os furacões atingem Veracruz ao menos uma vez por ano, gerando em alguns casos graves inundações e deslizamen­tos devido ao seu terreno montanhoso e grande quantidade de rios. “Vamos ver o que o Furacão Katia nos traz, estamos em alerta principalm­ente pelo rio”, explica Amanda Santiago, comerciant­e de 39 anos, cuja casa fica a 50 metros da ribeira.

PÂNICO NA MADRUGADA

O sismo ocorreu às 23h49 locais de quinta-feira (1h49 de Brasília de ontem) perto da localidade de Tonalá (Chiapas), a 100 km da costa e a uma profundida­de de 19 km. O pânico se apoderou, de norte a sul, de grande parte dos 120 milhões de habitantes do país. Muitos saíram para as ruas de pijama, carregando seus filhos ou animais domésticos no colo.

O terremoto é o “maior registrado no país nos últimos 100 anos”, disse o presidente Peña Nieto em uma mensagem na televisão divulgada pouco depois do sismo.

Oaxaca é até agora o estado mais atingido, com 45 mortos, informou no Twitter o titular de Proteção Civil do governo federal, Luis Felipe Puente. Por enquanto, nos estados do centro do país e na capital, Cidade do México, não foram registrado­s maiores danos materiais nem reportaram vítimas.

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AFP/VICTORIA RAZO AFP/LIONEL CHAMOISEAU Militares observam o impression­ante desabament­o de um prédio em Oaxaca, região mais afetada pelo terremoto, a 100 km da costa
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Devastação em Saint Martin, uma das ilhotas varridas por Irma
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