Informação no combate à infecção
Simpósio discute diagnóstico e tratamento de sepse, que mata 6 milhões de pessoas por ano no mundo
Primeiro hospital do Brasil a ser certificado pela excelência na detecção e no tratamento da sepse, o Hospital de Clínicas Mário Lioni, em Duque de Caxias, tem na informação uma potente arma de combate à doença. Justamente para compartilhar a experiência de sucesso, a instituição realizou, na última terça-feira, o II Simpósio Todos Contra a Sepse. O evento reuniu representantes da comunidade médica da Baixada Fluminense, do Rio, de outros estados e do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) no auditório da Universidade Unigranrio, também em Caxias.
Caracterizada por uma resposta inflamatória desproporcional do organismo a uma infecção — causada por bactéria, vírus, fungo ou protozoário —, a sepse acomete cerca de 17 milhões de pessoas em todo o mundo por ano. Dessas, 6 milhões morrem. No Mário Lioni, uma série de medidas implementadas recentemente fizeram a taxa de letalidade dos casos cair de 71%, em 2012, para 8%, até maio deste ano. “O objetivo é dividir a expertise obtida com outros profissionais de saúde, para que eles levem a informação aos hospitais onde trabalham e facilitem a melhoria de resultados nesses locais. Nossa missão é compartilhar conhecimento e estratégia. Acreditamos que só é possível progredir se dermos as mãos e somarmos esforços”, afirmou o intensivista Pablo Quesado, diretor médico do Hospital de Clínicas Mario Lioni.
ENCONTRO PODE SER ANUAL
Segundo ele, a intenção é tornar o encontro anual. “Somos referência nesse processo de qualidade, mas também temos muita coisa a aprender com quem vem ao simpósio”.
Entre as medidas que conduziram a unidade à excelência no tratamento da sepse, está a identificação do problema ainda no pronto-socorro. Além disso, os resultados dos exames de quem tem a doença saem mais rapidamente. “Não usamos tecnologia de ponta, mas temos um protocolo bem estabelecido e equipes multidisciplinares bem treinadas”, ressaltou o médico Pablo Borela.
Oobjetivoédividira expertiseobtidacom outros profissionais desaúde,paraqueeles levem a informação aos hospitais” PABLO QUESADO, diretor do Mario Lioni