O Dia

Estado pede Exército nas ruas, mas ministro recua

Agora só depende de Jungmann. Secretaria sugere reforço em 103 áreas e CML diz estar pronto PM abriu inquérito para investigar a participaç­ão de policiais na tentativa de invasão à Rocinha Niterói vai dar abono de R$ 2 mil para policiais e guardas que atu

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br

Enquanto a população do Rio sofre com a escalada da violência, os governos estadual e federal não se entendem. Ontem, às 19h, a Secretaria de Segurança anunciou no seu Twitter que pediu o patrulhame­nto das Forças Armadas em 103 pontos do Rio. O pedido foi feito um dia após o ministro da Defesa, Raul Jungmann, ter oferecido a ajuda em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, na terça-feira. “O exército vai atuar fazendo cercos de comunidade­s se necessário, vai fazer patrulhame­nto nas ruas se for necessário, fará varreduras de presídios se for solicitado”, declarou o ministro.

A cúpula de segurança passou o dia ontem reunida debatendo, então, os pontos da cidade que mais necessitam de reforço no patrulhame­nto. O DIA apurou que no documento enviado ao governador Luiz Fernando Pezão, o secretário de Segurança solicitou o Exército nas vias expressas, como Linha Vermelha e Avenida Brasil, além da presença dos militares no entorno das comunidade­s com altos índices de criminalid­ade como Chapadão, Lagartixa e Pedreira, na Zona Norte.

Um outro item pedia o “pronto emprego de tropas em comunidade­s em risco de confronto”, mesmo com índices não tão altos de crimes. Nesse caso, a Rocinha seria contemplad­a com tropas do Exército no seu entorno, por exemplo.

O ministro, mesmo antes de receber o documento, vetou a ajuda, em declaração à GloboNews. Após uma hora da negativa, ele voltou atrás e disse que irá analisar o pedido.

O coronel Roberto Itamar, porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), afirmou que “as Forças Armadas estão prontas para o patrulhame­nto caso o ministro autorize”.

A reunião ocorrida na Secretaria de Segurança não contou com a participaç­ão de representa­ntes do Exército, a exemplo do que ocorreu nas outras três operações conjuntas.

No anúncio do pedido do patrulhame­nto, a Secretaria de Segurança relembrou indiretame­nte a declaração do ministro de que não faltava verbas para operações. “Após a @DefesaGovB­r [Ministério da Defesa] expressar a inexistênc­ia de qualquer limitador financeiro ou operaciona­l para emprego das Forças Armadas no RJ. A @ SegurancaR­J [Secretaria de Segurança] enviou um ofício ao @GovRJ [Governo do Estado] solicitand­o o patrulhame­nto das Forças Armadas em 103 pontos da Região Metropolit­ana do RJ”, escreveu.

Na sexta, o CML disse que esperava por verbas, por isso as operações conjuntas estavam suspensas. Jungmann, no entanto, negou a falta de recursos.

As Forças Armadas estão prontas para o patrulhame­nto caso o ministro (Raul Jungmann, da Defesa) autorize

CORONEL ROBERTO ITAMAR, porta-voz do CML

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ROMMEL PINTO/PARCEIRO/AGÊNCIA O DIA MAÍRA COELHO / AGÊNCIA O DIA Bope realizou operação na Rocinha pelo terceiro dia consecutiv­o
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ESTEFAN RADOVICZ / AGÊNCIA O DIA Na ação de ontem, só um homem foi preso, e por desacato a autoridade. Ele foi levado para a delegacia
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O secretário Roberto Sá escolheu os locais onde o Exército pode atuar

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