A CHAMA SE APAGA
Botafogo luta, mas cai para o Grêmio por 1 a 0 em jogo equilibradíssimo e se despede de uma Libertadores inesquecível. Alvinegro agora mira no Brasileiro para voltar à competição em 2018
Ogol de Lucas Barrios decretou a dolorosa derrota de 1 a 0 para o Grêmio. Em Porto Alegre, o Botafogo lutou com toda a sua força, mas não resistiu ao sexto campeão que cruzou o seu caminho, e se despediu de cabeça erguida pela brava campanha na Libertadores. Classificado, o Grêmio enfrenta o Barcelona de Guaiaquil na semifinal. O duelo entre Grêmio e Botafogo teve todos os ingredientes de uma grande decisão: tensão, emoção, jogadas espetaculares e falhas mortais.
A coragem em busca do gol superou a cautela desmedida pela marcação. A bola de Fernandinho no travessão de Gatito teve como resposta a bomba de Bruno Silva na trave de Grohe.
O primeiro tempo, porém, foi mais nervoso e eletrizante do que isso. A postura mais à frente do Grêmio aumentou o trabalho da marcação alvinegra, principalmente pelo lado esquerdo, mas abriu espaço para o contra -ataque. Mesmo com três volantes, o Botafogo foi perigoso. E Pimpão teve a chance de abrir o placar após boa jogada individual. Se o fraco chute facilitou a vida de Grohe, o petardo de Victor Luis, em cobrança de falta, chegou a 96km/h e o obrigou a fazer difícil defesa.
Se sobrou atitude ao Botafogo, faltou capricho no último passe, talvez pelo nervosismo. Na volta do intervalo, o Grêmio não retomou o domínio inicial. E Gatito, no primeiro minuto, entrou em ação para voar e desviar a bola cabeceada por Michel, que ainda tocou na trave antes de sair.
O gol que os mais de 50 mil torcedores presentes à arena tanto esperavam saiu aos 17 minutos, fruto de seguidas falhas. A primeira na falta desnecessária de Igor Rabello sobre Fernandinho perto da área. Da cobrança, saiu o gol de Lucas Barrios, que subiu bem e ignorou a marcação de Matheus Fernandes.
Contra o relógio, o Botafogo assumiu a estratégia do ‘tudo ou nada’. Carli virou centroavante, enquanto Leo Valencia, Guilherme e Brenner saíram do banco na tentativa de mudar o rumo da decisão. As mexidas não surtiram o efeito esperado. Desorganizado, o Glorioso sofreu com o contra-ataque. Quando tentou sair, esbarrou na marcação e na frustrada opção de chuveirinho na área. A malandragem copeira do Grêmio fez a diferença no fim para controlar as investidas do Botafogo e gastar o tempo.
Uma coisa é certa. O Alvinegro tem a Libertadores como nova paixão e fará de tudo para voltar. Na cola do G-6 do Brasileiro, a equipe renova o pacto de se superar mais uma vez. E como diz a canção que embalou a torcida na Libertadores: ‘É diferente, esse sentimento. Ninguém entende...”. Somente os alvinegros de coração.