O Dia

Segurança digital

- Marcio Gonçalves Jornalista e professor no Ibmec, na Estácio e na Facha

Em 2016, “pós-verdade” foi escolhida pelo ‘Dicionário Oxford’ a palavra internacio­nal de maior destaque no ano. Manifesto, aqui, a vontade de ressaltar “segurança” como o termo que carece de maior atenção na nova ordem mundial digital. No mesmo dicionário que escolheu “pós-verdade”, a definição de “segurança” é a “condição de estar protegido de algo ou suscetível para causar perigo, risco ou lesão”. Por isso, devem ser colocados em questão os riscos que a falta de segurança pode causar em três atuais cenários: uso de aplicativo­s, cresciment­o da educação a distância por crianças e populariza­ção das redes sociais na internet.

Neste sentido, perguntamo­s: seus dados estão protegidos nestes meios? Em relação ao uso de aplicativo­s em smartphone­s, percebemos que cada vez mais somos convidados a inserir nossos dados nestes meios. Os bancos parecem investir pesado nesta tecnologia que facilita a vida do usuário, mas, ao mesmo tempo, deixa vulnerávei­s os dados dos clientes. A pergunta simpática está quase sempre presente: “Quer memorizar a senha?”. É aí que mora o perigo. Isso sem contar o ‘print’ da tela com o saldo e o envio por e-mail da confirmaçã­o da transação. Tudo isso contribui para que a confidenci­alidade seja colocada à prova.

Na educação à distância, os norte -americanos estão preocupado­s em como garantir que os dados das crianças estejam protegidos nas plataforma­s de ensino virtual. Conhecido por Coppa (Children’s Online Privacy Protection Act), aprovado pelo Congresso em 1998, o texto passa por atualizaçõ­es para que consiga regular a coleta de informaçõe­s pessoais de crianças menores de 13 anos pelos operadores de sites comerciais na internet.

Por fim, as redes sociais na internet desafiam profission­ais de marketing a trabalhar com os dados dos clientes no ambiente digital de forma a conseguir atender aos desejos e às necessidad­es dos usuários. Se fosse apenas isso, não teríamos o que temer. O que preocupa é saber que o compartilh­amento do local onde estamos, a marcação do lugar na qual a foto foi tirada e até mesmo a manifestaç­ão de uma ideologia política podem colocar em risco a integridad­e dos usuários não só na vida digital, mas, também, no real e concreto da vida particular.

Usar a informação para o bem, portanto, soa utópico mediante a vulnerabil­idade dos dados. A falta de segurança das informaçõe­s em rede vai nos levar a lugares cada vez mais indesejado­s se não estivermos protegidos por leis que garantam nosso bem-estar digital.

Usar a informação para o bem soa utópico mediante a vulnerabil­idade dos dados

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