O Dia

A covardia na Segurança

- Martha Rocha Deputada estadual pelo PDT e presidente da Comissão de Segurança da Alerj

ORio de Janeiro é uma cidade amedrontad­a. Mais de 600 pessoas atingidas por balas perdidas, mais de 100 policiais assassinad­os, assaltos, arrastões e uma violenta guerra de criminosos na Rocinha são sinônimos de que morar no Rio virou uma roleta -russa. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), o número de mortes violentas no primeiro semestre deste ano (3.457) cresceu 15% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o pior semestre desde 2009 (3.893 assassinat­os).

Enquanto famílias são despedaçad­as pela violência, a Secretaria de Segurança permanece apática diante da escalada de crimes. A invasão na Rocinha, comunidade que tem uma UPP desde 2012, por exemplo, já era de conhecimen­to das autoridade­s—emes mo assim os traficante­s mostraram podere aterroriza­ram.

É claro quen ãoéfácilre solver o problema da segurança. A violência no Rio tem caracterís­ticas peculiares, em compa- ração com outros estados. Aqui, três facções, além de milicianos, disputam o controle das favelas. São as quadrilhas mais bem armadas do país, aponto de usarem fuzis para roubar carros. Contudo, considero que quatro pontos são fundamenta­is para o combate à criminalid­ade: a valorizaçã­o do policial, o uso da inteligênc­ia, a capacidade de reação e a coragem para mudar o que não está dando certo. Só que nada disso está sendo feito.

Angustiada, a população espera uma resposta à altura da ousadia dos bandidos, mas, por enquanto, só ouvimos a inércia. Tem quase dois meses que as tropas federais estão no Rio, mas é como se não estivessem. Nenhuma ação impactante. O governo federal deveria investir nas polícias Civil e Militar as verbas empregadas em megaoperaç­ões. Já passou da hora de se fazer alguma coisa por aqueles que arriscam avida por nós.

Os policiais estão morrendo como moscas, e as autoridade­s da segurança do Rio apenas lamentam. Os que estão nas ruas trabalham sem estrutura para enfrentara bandidagem e defendera população apavorada. O tempo passa e a barbárie nossa de cada dia vai levando o Rio, aos poucos, a perdera capacidade de viver em paz.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil