O Dia

FINANCIAME­NTO FEITO COM SEGURANÇA

associação de defesa do consumidor dá dicas para adquirir o zero quilômetro

-

Acompra do carro zero é um sonho de muita gente. Para tornar esse desejo realidade, contudo, é importante planejar a forma de pagamento. Especialis­tas indicam que o pagamento à à vista ainda é a melhor alternativ­a. Mas a oportunida­de mais ao alcance é o financiame­nto. Associação de defesa do consumidor, a Proteste aponta que o mercado de veículos está em recuperaçã­o, com 3,7% de cresciment­o no primeiro semestre, segundo a Anfavea, associação dos principais fabricante­s do país. A entidade alerta para as diversas condições desta modalidade de compra.

Numa análise do segmento, a Proteste visitou agências e concession­árias, enviando questionár­ios a quatro montadoras do país e a oito bancos que atuam no financiame­nto de veículos, pedindo informaçõe­s sobre os planos de financiame­nto disponívei­s. Dos oito consultado­s, apenas Banco do Brasil, Itaú e Banco Ford respondera­m. A associação visitou, ainda, as agências de outros bancos e duas concession­árias de cada montadora no Rio.

O estudo encontrou diferenças significat­ivas entre os custos, inclusive para o mesmo modelo de veículo, chegando a mais de R$ 4,5 mil ao final do financiame­nto de um carro popular. Para descobrir, de fato, o valor que vai pagar, não basta apenas conferir os juros e as parcelas: o consumidor precisa ficar atento ao Custo Efetivo Total (CET) do financiame­nto, que mostra as taxas inclusas, além dos juros, como Imposto sobre Operações Financeira­s (IOF), tarifa de cadastro e seguros. Os bancos e as lojas não costumam divulgar esses custos, mas o consumidor deve exigi-los.

Para auxiliar, a Proteste destacou quatro dicas para melhorar a escolha do financiame­nto de um veículo:

POUPE Para a ENTRADA

Ao optar por um financiame­nto, o consumidor deve oferecer a maior entrada que conseguir. Quanto mais alta, melhores serão as chances de negociar descontos e facilidade­s nas parcelas. Caso se opte por um financiame­nto em banco comum, vá até a instituiçã­o com o orçamento em mãos e solicite o crédito para a compra do veículo. Após o valor ser depositado na sua conta, você pode ir a uma concession­ária ou revendedor­a e negociar a compra do carro à vista. Aproveite para pedir desconto.

DESCONFIE da ‘Taxa ZERO’

A chamativa taxa zero não existe, porque há custos que devem estar incluídos em algum lugar. O consumidor deve ficar atento, então, aos anúncios e às letras minúsculas exibidas nos comerciais. Para acabar logo com essa dúvida, o melhor é perguntar ao vendedor qual seria o desconto obtido no pagamento à vista na compra desse carro que poderia ser financiado com taxa zero.

O financiame­nto pode até ser isento de juros. Mas você precisa conferir se o CET também é zero, o que é pouco provável. Várias taxas administra­tivas podem estar inclusas e encarecere­m o financiame­nto.

Na maioria dos casos, ainda é exigida uma entrada mínima de 60% do valor do veículo e um número de prestações mais reduzido. É comum, por exemplo, a oferta de, no máximo 24 parcelas em ações de varejo promovido por bancos de montadoras.

PESQUISE BASTANTE O CET

A Proteste encontrou variações significat­ivas para o mesmo modelo de carro em diferentes bairros. Mas o importante é não desanimar e pesquisar bastante o CET, que é a melhor ferramenta de comparação de financiame­nto. Quanto menor, mais em conta vai ser o valor que você vai pagar pelo carro.

Ao financiar, em 24 vezes, a associação observou que 60% de um Ford Ka SE 1.0 em uma concession­ária da montadora, em Campinho (Zona Norte), o CET é de 17,57% ao ano. Já na Tijuca (também Zona Norte), sobe para 29,81% ao ano. Isso significa uma parcela de R$ 1.178 no primeiro caso e de R$ 1.297, no segundo. E se o cliente ainda escolher a alternativ­a mais cara para esse perfil, verificada no Bradesco, com CET de 37,79%, as parcelas vão chegar a R$ 1.372,26. Assim, ao final do financiame­nto, você terá pago R$ 4.662,24 a mais.

CUSTOS DE MANUTENÇÃO

Antes do consumidor assumir um financiame­nto, lembre-se também de que vai ser um relacionam­ento de longo prazo. Ele deve analisar se vai ter possibilid­ade, de fato, de pagar toda a conta simulando os gastos mensais que passarão a existir. Isso porque há outros custos envolvidos na manutenção de um carro. Além da prestação, deve ser levado em conta, por exemplo, o Imposto sobre Veículos Automotore­s (IPVA), seguro, combustíve­l e eventuais consertos como as revisões previstas no manual do carro e que são obrigatóri­as para validade da garantia. A Proteste orienta que deve ser simulado o gasto de combustíve­l por mês segundo o perfil de uso, custos extras de estacionam­ento e até equipament­os que, por ventura, a pessoa possa querer incluir no veículo, como os kits multimídia, navegador, câmera de ré e sensor para estacionam­ento.

 ?? Leandro eiró / agência o dia ?? O financiame­nto é o modelo de compra mais utilizado pelo consumidor. Ele facilita, mas conheça antes as normas
Leandro eiró / agência o dia O financiame­nto é o modelo de compra mais utilizado pelo consumidor. Ele facilita, mas conheça antes as normas
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil