Cambistas lesam o Flamengo
Polícia prende quatro de quadrilha que comprava ingressos com cartões clonados
Uma denúncia do Flamengo, feita há seis meses, levou a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) a desmantelar uma quadrilha que comprava ingressos com dados de cartões clonados e os revendia no mercado de cambistas. A operação ‘Jogo Sujo’, que contou com o apoio do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, e do Tribunal de Justiça do Rio, cumpriu ontem quatro mandados de prisão, todos no Rio, e 12 de busca e apreensão, inclusive em São Paulo, onde um menor, de 16 anos, foi apreendido e confessou participação no esquema. Somente no programa sóciotorcedor do Rubro-Negro o prejuízo foi de R$ 1 milhão. Além de jogos de futebol, eram fraudados ingressos para shows e eventos culturais, inclusive o Rock in Rio.
A quadrilha comprava os ingressos online com dados de cartões clonados. Em seguida, os vouchers eram adulterados para a retirada dos bilhetes, que eram revendidos. As prisões aconteceram em Campo Grande e Realengo, na Zona Oeste; em Marechal Hermes, na Zona Norte; e em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Foram presos Jonatas Ribeiro Santiago, 19 anos, um hacker apontado como o mentor das fraudes; e Fabiano Baiense Fonseca, 38 anos, Marcos Renan Maia da Silva, 22 anos, Hugo Luiz da Silva Ribeiro, 32 anos, que eram os responsáveis pela retirada dos ingressos com os vouchers.
“Quem compra ingresso com cambista fomenta esse tipo de indústria e pode amanhã ser vítima ao ter o seu cartão clonado”, disse a delegada Daniela Terra, titular da DRCI.
Em nota oficial, o Flamengo elogiou a ação da polícia e lançou um apelo aos torcedores para que não comprem ingressos de cambistas, pois assim estarão “causando prejuízos ao clube e alimentando uma cadeia de clonagem de cartões, que prejudica muitos inocentes”. O clube disse também que “seguirá reforçando os controles e as práticas de segurança na venda de seus ingressos”.