Adolescentes são feridos por balas perdidas em duas comunidades
No Alemão, jovem estava na escola. Na Maré, menina ia para o colégio
No mesmo dia em que as Forças Armadas entraram no conflito na Rocinha, dois estudantes foram atingidos por balas perdidas em outras áreas conflagradas da Zona Norte da cidade. No Complexo do Alemão, um jovem de 18 anos foi baleado na perna direita, na manhã de ontem, enquanto esperava a aula de Educação Física em um colégio estadual. Na hora em que foi atingido, havia uma intensa troca de tiros na comunidade.
Lenilson Alles Novaes Santos foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. De acordo com a mãe do jovem, Rosângela Alles dos Santos, os médicos disseram que o menino vai ficar com a bala alojada na perna. “Se não, ele corria o risco de ter que amputá-la. Os médicos ainda explicaram que meu filho só não teve problemas maiores porque tem a musculatura bem rígida”, disse. Lenilson estava acompanhado de amigos no momento em que foi baleado. “Ele já se alistou e o sonho dele é servir à Aeronáutica. Os colegas dele não ouviram o tiroteio, só viram ele gritando e o viram caindo. Os amigos foram me avisar lá em casa. Eu estava lavando a louça e fiquei desesperada, muito nervosa, pensei logo no pior”, destacou Rosângela, que tem cinco filhos. Segundo ela, não há previsão de alta para o rapaz.
Já no Complexo da Maré, uma adolescente ficou ferida por estilhaços no tórax durante um tiroteio também na manhã de ontem. Maria Judite Barros Santos Romão, de 16 anos, foi atingida enquanto encontrava sua amiga para ir à escola, por volta das 6h30. A vítima foi socorrida e levada inicialmente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Depois, ela foi transferida para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde foi atendida, medicada e liberada. A menina foi encaminhada para a 21ª DP (Bonsucesso) para registrar a ocorrência. Procurada, a Polícia Militar informou que a corporação não fez nenhuma operação no Complexo da Maré ontem.