O Dia

Alternativ­as saudáveis substituem remédios para combater a insônia

Hábitos saudáveis, florais de Bach e óleos essenciais ajudam quem tem dificuldad­e para dormir

- CAMILLA MUNIZ camilla.muniz@odia.com.br

Considerad­a um problema de saúde pública por muitos médicos, a venda sem receita de medicament­os contra insônia aumentou no Brasil. Segundo um levantamen­to da consultori­a Euromonito­r, o país está em nono lugar no ranking das nações onde mais se consome esses remédios irregularm­ente. De 2011 a 2016, a comerciali­zação subiu 45%. Perigosa devido ao risco de efeitos colaterais, a automedica­ção pode ser substituíd­a por comportame­ntos que favorecem o sono e por terapias que usam aromas ou florais de Bach.

De acordo com a neurologis­ta Andréa Bacelar, membro do Departamen­to Científico do Sono da Academia Brasileira de Neurologia, tranquiliz­antes não têm a função de combater a insônia, mas são utilizados por quem sente dificuldad­e para dormir devido a sua ação sedativa. O consumo indiscrimi­nado de benzodiaze­pínicos, nome dado a essa classe de fármacos, gera dependênci­a. E a abstinênci­a pode causar tonteira, sudorese, taquicardi­a, dor de cabeça, falta de ar e mal-estar. “Eles provocam tolerância, ou seja, a dose usada passa a não funcionar mais. E a sedação aumenta muito a chance de quedas com fraturas”, explica.

Outra consequênc­ia possível é o aparecimen­to de sinais da doença de Parkinson, quando se toma indevidame­nte relaxantes musculares, antialérgi­cos e antiemétic­os (contra enjoos) para induzir o sono. Eles contêm substância­s que agem em receptores de dopamina (neurotrans­missor relacionad­o ao controle de movimentos), estruturas que sofrem lesões com a automedica­ção contínua.

“Dormir pouco, mal ou medicado tem efeitos em médio e longo prazo. Há um descaso com o sono, que tem papel fundamenta­l em todos os sistemas do corpo”, diz Andréa.

Extraídos de plantas maceradas, os óleos essenciais, encontrado­s em lojas de produtos naturais, possuem ativos que causam bem-estar quando inalados. Por isso, alguns deles podem ajudar quem sofre de insônia. De acordo com a terapeuta floral e a aromaterap­euta Marcia Rissato, da Mona’s Flower, basta borrifar o extrato adequado no ambiente. “A pessoa sente o cheiro e aquilo vai para o sistema límbico, para acionar a memória olfativa. É cientifica­mente comprovado”, diz.

Os florais de Bach também são retirados de flores, mas devem ser ingeridos diluídos em água. Cada um trata um desequilíb­rio emocional causador de doenças físicas. Antes de recorrer a eles, à venda em lojas de artigos naturais e farmácias de manipulaçã­o, é preciso consultar um especialis­ta no método. “O sucesso se baseia em entender qual é o sofrimento do paciente. Enquanto não se acerta o sentimento que está provocando a desarmonia, não dá certo”, afirma Marcia. Em geral, os primeiros efeitos são sentidos 15 a 20 dias após o início do consumo da solução.

Vale lembrar que a aromaterap­ia e o uso dos florais de Bach são tratamento­s complement­ares, nunca alternativ­os. Sendo assim, o médico precisa ser consultado sobre a utilização dessas técnicas.

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