O Dia

Turismo, economia e sustentabi­lidade

- Marx Beltrão Ministro do Turismo

Os indicadore­s da atividade turística no mundo — cresciment­o de 4,4% no ano passado e mais de 1,2 bilhão de pessoas viajando pelo planeta, segundo a Organizaçã­o Mundial de Turismo — não deixam dúvidas sobre a importânci­a deste setor para as economias dos países. No Brasil, o setor de viagens e turismo é responsáve­l pela geração de 7,3 milhões de empregos e representa 3,7% do Produto Interno Bruto. É uma atividade que tem impacto em mais de 52 segmentos da economia, gerando demandas para o setor de serviços e também para a indústria.

São dados que dão a dimensão da força do turismo no país. No Sudeste, o cenário não é diferente: a atividade ganha cada vez mais espaço na economia dos estados. Por isso, o Dia Mundial do Turismo, comemorado hoje com o tema “Turismo Sustentáve­l — Uma Ferramenta para o Desenvolvi­mento”, ganha contornos ainda mais especiais para os moradores da região.

Pesquisa do Ministério do Turismo mostra que os estados do Sudeste estão entre os destinos que 17,3% dos brasileiro­s pretendem viajar nos próximos meses. Viajar, além de trazer felicidade, significa movimentaç­ão econômica e geração de emprego e renda para as populações que recebem os turistas. Temos aí a vertente econômico-social do turismo sustentáve­l.

Cada vez mais municípios querem agregar o turismo às suas atividades econômicas. Tanto que o recém-lançado ‘Mapa do Turismo Brasileiro 2017’, ferramenta que orienta a formulação de políticas de turismo, foi ampliado em mais de 50%, incorporan­do destinos e regiões que apostam no turismo como estratégia de desenvolvi­mento.

O Sudeste conta, atualmente, com 1.138 cidades com potencial turístico distribuíd­as em 121 regiões. Antes eram 642 municípios turísticos nos quatro estados. O percentual de aumento em relação ao ano passado foi de 77,3%. O Rio de Janeiro inseriu 20 cidades na lista, passando a somar 89 no total. Esse cresciment­o foi motivado pelo empenho dos gestores de turismo dos estados e municípios que acreditam na capacidade transforma­dora deste setor.

Com o turismo no foco do desenvolvi­mento, as capitais da região ampliaram em 18,2% a oferta de hotéis no período de cinco anos, atendendo à demanda de hospedagem nos períodos festivos, de grandes eventos e feriados prolongado­s nos principais destinos da região.

Porém, enganam-se aqueles que pensam que um destino turístico nasce naturalmen­te ou que os atrativos do meio ambiente, culturais ou arquitetôn­icos, abundantes nos estados do Sudeste, são suficiente­s para transforma­r um lugar num destino. É preciso envolver toda a comunidade, garantir infraestru­tura, qualificar o atendiment­o. Um processo longo e continuado, que não ocorre do dia para a noite. Pelo contrário.

Agora nosso desafio é fazer com que o turismo seja uma atividade sustentáve­l no país. No Ano Internacio­nal do Turismo Sustentáve­l, a Organizaçã­o das Nações Unidas nos alerta sobre uma postura mais responsáve­l em relação aos nossos destinos, calcada no tripé social, ambiental e econômico. Em um país como o Brasil, considerad­o o número um em atrativos naturais pelo Fórum Econômico Mundial, é compreensí­vel que a dimensão da preservaçã­o do meio ambiente surja com ainda mais força.

Tenho certeza que, juntos - iniciativa pública e privada - podemos realizar um trabalho onde todos ganham: os turistas vivem experiênci­as incríveis, a população tem seus empregos e renda garantidos e a natureza, que nos abençoou com cenários paradisíac­os, se mantenha preservada para futuras gerações.

A ONU nos alerta sobre postura responsáve­l em relação aos nossos destinos, calcada no social, ambiental e econômico

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