Tropas do Exército saem da Rocinha
Tropas atuavam a pedido do Governo Pezão para conter disputa pelo controle do tráfico na favela
Ministro anuncia a retirada dos 950 militares das Forças Armadas, após uma semana de atuação devido a conflitos de facções. Prefeito anuncia projetos na comunidade, e cai comandante das UPPs. Polícia apreende uma tonelada de maconha na Maré.
Após sete dias de atuação, os 950 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica começam a sair hoje da Rocinha. A informação foi confirmada ontem pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann. A presença das Forças Armadas foi solicitada pelo governo estadual, devido aos confrontos armados entre traficantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA). Ontem, o último dia da presença militar foi marcado pelo resgate de dois jovens que estavam sendo torturados por traficantes.
Segundo o Comando Militar do Leste, dois adolescentes de 16 anos foram salvos por Fuzileiros Navais após terem sido torturados por quase uma hora por traficantes da quadrilha de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Em nota, a Secretaria de Segurança informou que uma das vítimas usava um boné com a inscrição ‘Jesus é dono desse lugar’. A frase faz alusão à quadrilha do Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que aparece em fotos utilizando um cordão de ouro com a inscrição. Os autores do crime já foram identificados.
A disputa pelo tráfico de drogas local entre as quadrilhas de Nem e de Rogério 157 é o motivo dos tiroteios que deixaram moradores reféns na favela.
COMANDANTE EXONERADO
O comando da PM exonerou o coronel André Luiz Belloni da coordenadoria das Unidades de Polícia Pacificadora, dez dias após a guerra da Rocinha. O novo comandante das UPPs é o coronel Samir Vaz Lima. Em nota, a assessoria da PM informou que a exoneração “faz parte do processo de reestruturação das UPPs anunciado em agosto”. Procurado, o comandante-geral, coronel Wolney Dias, negou que a saída de Belloni tenha relação com o episódio na Rocinha. “A saída já estava prevista”, disse.