O Dia

Pezão e Beltrame depõem por Cabral

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Ao prestar depoimento à 7ª Vara Federal Criminal, como testemunha de defesa de Sérgio Cabral Filho, o governador Luiz Fernando Pezão classifico­u como ‘excessiva’ a pena de 45 anos e dois meses de prisão aplicada ao ex-governador pelo juiz Marcelo Bretas. Pezão disse ainda acreditar que Cabral vai reduzir o tempo da pena. “Acho que em instâncias superiores ele vai conseguir a diminuição”.

Porém, muito mais do que prestar solidaried­ade à Cabral, Pezão informou que determinou uma auditoria nas obras investigad­as (PAC das Favelas e Maracanã) e que a conclusão do trabalho pode ajudar a inocentar Cabral. A auditoria, segundo o governador, é liderada pelo presidente da Emop, Ícaro Moreno Júnior, que também é réu no processo.

No depoimento, Pezão alegou que não tinha conhecimen­to das falcatruas, afirmando que apenas ‘assinava’ os editais de licitação. “Isso ficava subordinad­o ao Hudson Braga (subsecretá­rio de Obras, hoje preso). Era ele que fazia essas licitações, eu só assinava no final. Não participav­a dessa cartelizaç­ão, da escolha ou qualquer outra reclamação. Eu só via o edital e dava publicidad­e a nível nacional”, afirmou.

O magistrado perguntou então se Pezão não se preocupava em conferir o que fora decidido. No que ele respondeu que “tinha confiança plena em todos os técnicos subordinad­os”. O governador também qualificou Hudson Braga como ‘gestor eficiente’. O depoimento durou 18 minutos. Além de Pezão, outro braço direito de Cabral, o ex-secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, também prestou depoimento como testemunha de defesa de Cabral.

O ex-governador está preso desde novembro. Já foi condenado em dois processos: por corrupção e lavagem de dinheiro. As penas passam de 50 anos de prisão.

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