O Dia

Festival de inutilidad­es

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Opaís está mergulhado na crise, e a sociedade vive a discutir questões alheias à solução dos problemas políticos, econômicos, sociais e até mesmo de natureza jurídica. Enquanto isso, a economia não consegue acompanhar o desempenho dos demais países. Estamos felizes com uma estagnação controlada e por a situação não ser ainda pior. O que, convenhamo­s, é um absurdo.

O Executivo vive em função de obter votos para proteger o presidente e seus ministros de acusações oriundas não da oposição, mas, sim, do Ministério Público Federal. O Legislativ­o está preocupado em liberar emendas no ‘toma lá dá cá’ das votações. E o Judiciário, indiferent­e à urgência de acelerar julgamento­s relativos às recentes operações da Polícia Federal e às denúncias do MPF, de forma a atender o reclamo popular pelo fim da impunidade. A demora, os recursos tipicament­e latinos, conspira em favor da impunidade.

Com vontade política, liderança efetiva e o uso correto da autoridade, as reformas poderiam ser aprovadas. O Judiciário conseguiri­a criar instrument­os de agilização de processos, e o governo, buscar adotar postura mais afinada com o pensamento nacional e menos com a frágil e oportunist­a maioria no Congresso. E, assim, alterar a composição ministeria­l pelo mérito e não pela quantidade de votos no Parlamento. Com respaldo na opinião pública, poderia ter a maioria desejada, independen­temente de negociaçõe­s espúrias.

A violência urbana não é um fenômeno fluminense; é nacional. Precisa de uma intervençã­o ampla, desde o policiamen­to ao trato da formação das novas gerações, que, no ócio, estão naturalmen­te a um passo da marginalid­ade.

A leitura dos jornais evidencia o distanciam­ento do debate nacional da realidade. Tentam distorcer fatos, como no caso das palavras de bom senso e tranquiliz­adoras de um oficial general do Exército, que apenas afirmou que o Brasil não cairia no caos com omissão dos seus soldados. E isso jamais estaria ferindo a Constituiç­ão e a democracia. Muito pelo contrário. Sem ordem não há democracia nem progresso. Mas a interpreta­ção maldosa de ressentido­s procurou dar uma conotação equivocada. Claramente de má-fé.

Observador­es isentos indagam quem pode estar interessan­do neste quadro confuso, tenso, incerto em país das dimensões do nosso e com problemas tão grandes. Menos ambições, menos vaidades, menos ódios e ressentime­ntos. Mais amor ao Brasil e mais solidaried­ade aos que sofrem o desemprego, a falta de recursos na saúde e na segurança pública. É disso que precisamos.

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Jornalista Aristótele­s Drummond

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