Irmã de Kim Jong-un ganha poder na Coreia do Norte
Kim Yo-jong, caçula do líder, galgou posições dentro do partido único do país, destacando-se no departamento de propaganda
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, promoveu a irmã, nomeando-a ao politburo do partido único comunista. Kim Yo-jong tornou-se membro suplente do escritório político do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
Essa promoção ocorre num contexto de grandes tensões na península coreana devido aos testes nucleares e disparos de mísseis da Coreia do Norte. Kim Yo-jong, que se aproxima dos 30 anos, já apareceu diversas vezes ao lado de seu irmão em eventos políticos e “visitas de orientação de campo”, nas quais o líder profere conselhos técnicos em todos os domínios — industrial, agrícola, educacional, militar, etc. Ela também desempenha um papel no departamento de propaganda do partido.
Ao ascender ao poderoso politburo, a irmã caçula de Kim Jong-un se torna a figura feminina mais influente da hierarquia política desse país detentor da bomba atômica. Kim Yo-jong já era a principal arquiteta da imagem do líder norte-coreano. Sua entrada na cúpula política do Partido dos Trabalhadores da Coreia testemunha o alto grau de confiança demonstrado pelo irmão, destacam os especialistas.
Yo-jong é a única dos irmãos a ter um título oficial. Ela mantém uma relação especial com o número um do país, compartilhando com ele a mesma mãe. “Eles têm uma ligação desde o nascimento, e sua promoção ao politburo significa que Jong-un tem total confiança nela”, afirma Yang Moo-jin, professor na Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul. “É ela quem poderia assumir o controle no caso de morte de Kim”, afirma. Como o irmão, Yo-jong estudou na Suíça. Ela fez sua primeira aparição oficial na imprensa norte-coreana em 2009, acompanhando o pai em visita a uma universidade agronômica. Era uma figura recorrente da comitiva de Kim Jong-il até a morte dele, em dezembro de 2011. Nas fotos do funeral, ela aparece em destaque, ao lado de seu irmão.
Quando Jong-un assumiu o poder, sua carreira pública dentro do departamento de propaganda do partido cresceu até sua nomeação, em 2014, como diretora-adjunta no Comitê Central. Ela é a única da família Kim conhecida por ser próxima ao líder supremo, com exceção da esposa, Ri Sol-yu. O reconhecimento externo de seu papel e influência veio este ano, quando surgiu na lista de sanções impostas pelos Estados Unidos por “abusos graves e contínuos dos direitos humanos e atividades de censura”. Para Cheong Seong-chang, do Instituto Sejong de Seul, é uma presença mais visível no topo da hierarquia política. “Ela deverá desempenhar papéis cada vez mais importantes”, crê.