O Dia

Taxação de inativos chega à Câmara

Projeto da Prefeitura do Rio para cobrar 11% sobre aposentado­rias e pensões será enviado à Casa ainda no mês de outubro

- Paloma Savedra

Oque já havia sido ventilado antes pelo Município do Rio começa, agora, a ganhar forma. Chegará no fim deste mês à Câmara dos Vereadores o projeto de lei da prefeitura para taxar em 11% aposentado­s e pensionist­as que ganham acima de R$5.531,31 (teto do INSS). Segundo o líder do governo na Casa, Paulo Messina (Pros), a ideia é que a votação seja em novembro. E apesar de o parlamenta­r afirmar que o trabalho da base não se iniciou, nos bastidores diz-se que há maioria para aprovação. Esse cenário é reforçado por alguns diante do aval do Legislativ­o para mudanças no IPTU.

A taxação atingiria 8.700 inativos e pensionist­as, segundo dados do líder do governo. A proposta é para que a cobrança seja feita da seguinte maneira: a alíquota de 11% aplicada sobre a diferença entre o valor da aposentado­ria ou pensão e os R$ 5.531,31. Ou seja, o aposentado que tem benefício de R$ 6 mil terá que contribuir com 11% em cima de R$ 468,69 (que é a diferença entre os dois valores).

O Previ-Rio (responsáve­l pelas aposentado­rias e pensões) alega que a cobrança de inativos é recomendaç­ão do Tribunal de Contas do Município (TCM). O instituto diz que a determinaç­ão tem como base emenda constituci­onal de 2003, que não foi aplicada pelo então prefeito César Maia e, depois, por Eduardo Paes.

Para o vereador Paulo Pinheiro (Psol), presidente da CPI do Previ-Rio, taxar inativo é “o remédio errado”. Ele argumenta que a prefeitura deveria criar formas de capitaliza­ção do Funprevi (Fundo Especial de Previdênci­a do Município), de forma que sustente a previdênci­a municipal. “Antes de mexer com os aposentado­s tem que mexer com o dinheiro a ser utilizado para capitaliza­ção. O município deveria extinguir a Lei 5.300/10 de (Eduardo) Paes, e recriar outra para capitaliza­ção do fundo. Os royalties de petróleo não foram pagos, os imóveis mais caros estavam alugados a preço de banana, e os 35% da capitaliza­ção foram mal utilizados”, disse ele, acrescenta­ndo que a bancada do partido, com seis vereadores, votará contra a proposta.

PACOTE DE MEDIDAS

A contribuiç­ão de inativos é a única medida que terá de passar pelo crivo do Legislativ­o. O prefeito Marcelo Crivella editará nos próximos dias decretos relativos à previdênci­a do funcionali­smo. Segundo o Previ-Rio, os atos serão para o fim da integralid­ade, paridade e abono permanênci­a, por “determinaç­ão do TCM”. As recomendaç­ões foram feitas há cerca de duas semanas e o tribunal deu um prazo de 60 dias para o cumpriment­o.

Também de acordo com o instituto, serão recalculad­as oito mil aposentado­rias de servidores que entraram no município a partir de 2004 e que ainda não foram homologada­s pelo TCM. A revisão dos benefícios será pela regra “proporcion­al” e não mais pela integralid­ade.

Outras medidas que mudam previdênci­a serão editadas por decretos do Executivo municipal

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DANIEL CASTELO BRANCO/ AGÊNCIA O DIA Câmara aprovou mudança no IPTU e terá de votar taxação de inativos

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