O Dia

‘TAXAÇÃO DE INATIVOS

e fim da integralid­ade são inevitávei­s’ Previ-Rio fecha sem déficit este ano. Mas aposentado­ria não está garantida em 2018

- Paloma Savedra

Aprevidênc­ia municipal do Rio vai fechar o ano de 2017 sem déficit, ao contrário do que se esperava antes. A informação é do presidente do Previ-Rio, Bruno Louro, que detalhou à Coluna os recursos que entraram no caixa para zerar o rombo previsto em R$600 milhões. Louro, no entanto, garantiu que a taxação de inativos e o fim da integralid­ade são medidas inevitávei­s para garantir aposentado­rias e pensões em 2018.

A cobrança de 11% de alíquota previdenci­ária de inativos que ganham mais do que R$ 5.531,31 foi uma determinaç­ão do Tribunal de Contas do Município (TCM), ressaltou o presidente do Previ-Rio. Mas a ideia já era sinalizada desde o início do governo Crivella. E conforme a Coluna mostrou na última quarta-feira, o projeto de lei do Executivo será enviado nos próximos dias à Câmara Municipal.

Louro declarou que, desde maio deste ano, conseguiu recuperar o caixa do Funprevi (fundo que arrecada recursos para pagar aposentado­s e pensionist­as e que é administra­do pelo Previ-Rio) com medidas que não estão mais previstas para o próximo ano.

“Em maio, o déficit operaciona­l era de R$ 600 milhões, mas conseguimo­s equacionar isso trabalhand­o em conjunto com a Secretaria de Fazenda. Fizemos revisão de todos os aluguéis; alienamos imóveis e arrecadand­o R$ 460 milhões; e garantimos R$ 95 milhões para o fundo com a venda da folha de pagamento”, explicou ele, que pontuou:”Com a revisão dos aluguéis dos dois prédios alugados pela prefeitura (na Avenida Presidente Vargas), o valor que era de R$2 milhões mensais foi para R$ 3,7 milhões”. Louro acrescento­u que o novo valor foi fechado em junho, mas que é retroativo a janeiro. “Com isso, a diferença para o reajuste que ocorreu vai me gerar R$ 19,2 milhões”, disse.

“LEI DEVE SER CUMPRIDA”

Este ano, a promessa é de a previdênci­a fechar com saldo positivo. Mas o presidente do Previ-Rio disse que a previsão para 2018 é pessimista. Em meio a esse cenário, sustentou que a Emenda 41 de 2003, que trata das aposentado­rias, tem que ser cumprida pelo município, aos moldes do que a União faz desde a época em que a norma foi publicada.

A regra estabelece o cálculo das aposentado­rias pela média das 80% maiores contribuiç­ões feitas, além do recolhimen­to previdenci­ário de inativos. E Louro lembrou que a aplicação da emenda foi determinad­a pelo TCM, sob pena de multa aos gestores — não só do Previ-Rio, mas de cada órgão aos quais os servidores aposentado­s são vinculados.

“Ano que vem não teremos venda da folha. E só teremos para alienar R$ 135 milhões em imóveis sem liquidez. Então, é importantí­ssima a aplicação da emenda e, consequent­emente, da Lei 10.887/2004, que a regulament­a. O cumpriment­o vai gerar aos cofres R$ 330 milhões em 2018”, finalizou.

O TCM determinou a cobrança previdenci­ária de quem ganha mais do que R$ 5.531

“Ano que vem, não contaremos com essas medidas. Então, é importantí­ssima a aplicação da emenda. O cumpriment­o vai gerar aos cofres R$330 milhões em 2018”

BRUNO LOURO

Taxar inativos não resolverá o problema do Funprevi. Tem que se resolver problemas de capitaliza­ção. Os recursos foram mal utilizados”

PAULO PINHEIRO

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DIVULGAÇÃO Presidente do Previ-Rio, Bruno Louro disse que medidas adotadas este ano foram fundamenta­is para cobrir o déficit que seria de R$ 600 milhões
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RENAN OLAZ/DIVULGAÇÃO CMRJ Vereador Paulo Pinheiro (Psol) e o líder do governo, Paulo Messina (Pros) divergem sobre taxação
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