O Dia

Governador­es pedem presença da União para combater a violência

Em encontro no Acre, líderes estaduais discutem responsabi­lidades e propõem um fundo nacional

- > Rio Branco Com Agência Brasil

Governador­es de todo o Brasil se reuniram ontem para discutir medidas de fortalecim­ento da segurança pública, como o enfrentame­nto ao narcotráfi­co e a ampliação da vigilância nas fronteiras. Diante da crise que enfrentam na área, propuseram a união de esforços e a adoção de medidas como a criação do Sistema Nacional de Segurança Pública e de um plano integrado entre os diferentes entes federativo­s.

As propostas foram expressas na ‘Carta do Acre’, em que defendem a liberação emergencia­l de recursos do Fundo Penitenciá­rio Nacional (Funpen) para fortalecer e ampliar os sistemas prisionais e para articular as inteligênc­ias policiais. O fundo tem sido desconting­enciado desde o ano passado, por determinaç­ão do Supremo Tribunal Federal (STF). Os governador­es solicitam ainda a liberação de até 75% de R$ 900 milhões neste ano e, em 2018, de até 45% do recurso lançado no orçamento, a depender da arrecadaçã­o fiscal.

Os gestores também defenderam a integração de esforços na área da segurança pública às ações de desenvolvi­mento social, com prioridade para programas de atenção à juventude que contemplem cultura e esportes, bem como o apoio à ampliação de clínicas de recuperaçã­o e tratamento de dependente­s químicos.

NOVAS RESPONSABI­LIDADES

Ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também participou do encontro, destacou “a necessidad­e da união de todos para combater o crime organizado, que é uma ameaça à nossa sociedade, às instituiçõ­es e à nossa própria democracia”. O ministro da Defesa defendeu a revisão das atribuiçõe­s dos entes federativo­s, proposta que ainda não foi detalhada. Segundo o Artigo 144 da Constituiç­ão Federal, a segurança é “dever dos estados”. À União cabem o policiamen­to das fronteiras; o combate ao tráfico internacio­nal e interestad­ual de drogas; a prevenção e repressão do contraband­o; a patrulha das rodovias federais e a articulaçã­o entre os órgãos de segurança e de justiça criminal.

A proteção das fronteiras foi um dos temas mais destacados no encontro. Para combater o narcotráfi­co, o tráfico de armas e de munição, foram propostas a integração das atividades de inteligênc­ia e informaçõe­s dos governos estaduais e federal e a ampliação progressiv­a da presença das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal nas fronteiras. A carta aponta que “o desafio da segurança pública, sobretudo o combate ao narcotráfi­co, deve ser tratado acima de divergênci­as partidária­s e ideológica­s”.

Raul Jungmann destacou “a criação de uma iniciativa sul-americana de segurança, que deve reunir presidente­s da República da América do Sul e ministros da área de Segurança, da Defesa e da Inteligênc­ia, porque hoje o problema do crime organizado não começa e nem termina dentro do Brasil”. Para enfrentar essa articulaçã­o, o ministro disse que é preciso integração. Como exemplo do que pode ser feito, propôs o compartilh­amento, entre países que fazem fronteira com o Brasil, do Sistema Integrado de Monitorame­nto de Fronteiras, desenvolvi­do pelo Exército brasileiro.

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SECOM ACRE Pezão, com Rollemberg (DF), no encontro de governador­es no Acre

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