Legítimos campeões
Fifa bate o martelo e reconhece títulos do Mundial Interclubes de Flamengo, Santos, Grêmio e São Paulo
Diz o ditado popular que a ‘voz do povo é a voz de Deus.’ Nada, porém, como o reconhecimento oficial da Fifa para referendar o que todo aficionado por futebol já sabia: Santos (1962 e 1963), Flamengo (1981), Grêmio (1983) e São Paulo (1992 e 1993), ganhadores da antiga Copa Intercontinental, são, agora, campeões do Mundial de Clubes. Reunido em Calcutá, na Índia, o conselho da entidade decidiu, ontem, referendar tais conquistas, atendendo a um pedido do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez.
A Copa Intercontinetal era disputada entre o vencedor da Liga dos Campeões e o campeão da Taça Libertadores. Até 1979, as equipes se enfrentavam duas vezes. Depois, o sistema mudou para jogo único, em Tóquio, até 2004. A partir de 2005, o torneio trocou o formato e passou a ser chamado de Mundial de Clubes, com a entrada dos campeões das demais confederações.
A decisão, para muitos tida como política, reforça a possibilidade de a decisão do Mundial Interclubes, apenas entre os campeões da Libertadores e da Champions, ser reeditada pela Fifa. Com isso, o Mundial de Clubes organizado pela entidade, inicialmente em 2000 e de 2005 em diante, passaria a ser realizado de quatro em quatro anos, no mesmo intervalo da Copa das Confederações, que seria extinta. Tal mudança deve acontecer a partir de 2021.
EM 2000, CONQUISTA DIVIDIDA
Até hoje, foram disputadas 43 edições do Mundial de Interclubes, sendo que, em 1975 (Bayern de Munique x Independiente) e 1978 (Liverpool x Boca Juniors), as decisões não ocorreram por falta de datas. Em 2000, com o Mundial de Clubes no Brasil, duas equipes foram campeãs mundiais: Boca Juniors (Interclubes, agora reconhecido) e Corinthians (que venceu o Primeiro Mundial de Clubes sob a chancela da Fifa).
Já Fluminense e Palmeiras, campeões da Copa Rio de 1951 e 1952, respectivamente, e que pedem o reconhecimento como detentores de títulos mundiais há tempos, terão que esperar por uma próxima oportunidade. Suas reivindicações não entraram na pauta da reunião realizada pelo Conselho da Fifa, ontem, em Calcutá.
A entidade até reconheceu o time paulista como campeão mundial, em 2014, mas depois decidiu voltar atrás. Preferiu se referir ao clube apenas como o “primeiro campeão global”, sem maiores explicações.