CEM VEZES SIM
Grupo formado por 100 casais se prepara para cerimônia coletiva de casamento amanhã, na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca
Em clima de alto astral, grupo formado por uma centena de casais ensaiou ontem para a cerimônia coletiva de casamento que acontece amanhã, na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca.
Osonho do casamento vai se tornar realidade para 100 casais de comunidades carentes da Zona Oeste. É que eles são os felizes contemplados do ‘Megacasamento’, uma ação da Revista Noivas de Verdade, em parceria com a Superintendência da Barra, Recreio e Vargens da Prefeitura do Rio. Todos os noivos vão oficializar, sem qualquer custo, a união em uma cerimônia que acontecerá amanhã, às 18h, na Praia do Pepê, na Barra. O evento será aberto ao público.
Para não fazer feio na cerimônia, os casais têm se preparado com afinco. Há três meses são realizados encontros e visitas domiciliares, quando os noivos recebem orientações e tiram dúvidas. As mulheres, por sua
vez, também fizeram cursos de maquiagem e de penteados. Ontem, por exemplo, na Praia do Pepê, local do casamento, depois de um café da manhã coletivo, foi realizado um grande ensaio para deixar todos devidamente preparados para o grande dia. Com roupas na cor rosa, os noivos, de idades diversas, chamaram a atenção para a campanha Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama, e treinaram os diversos protocolos.
Além dos temas relativos ao casamento, os noivos também têm participado de uma série de oficinas e palestras que tratam de assuntos variados, como empregabilidade e artesanato. Isso porque uma pesquisa
para traçar o perfil do grupo revelou baixa escolaridade da maioria e um índice de 47% de desemprego. Não por acaso, a assistente social da Prefeitura do Rio, Joelma Ferreira, lembra que foi oferecido todo um suporte para os casais. “Além de ser muito gratificante ver os noivos motivados e felizes pelos sonho de oficializar suas uniões, ofereceremos a eles novas perspectivas de vida, como estar melhor preparado para um novo emprego, e resgatar a autoestima dessas pessoas. São os melhores resultados que o projeto pode alcançar”, destaca.
Para os casais, a cerimônia é a realização de um acalentado sonho. É o caso, por exemplo, de Isabele Ayres,
25, e Alberto Castro, 45, moradores do Itanhangá. “Era tudo o que a gente mais esperava. Nós, que viemos de Petrópolis para o Rio em busca de trabalho e melhores condições de vida, já pensávamos em casar no cartório. Daí veio essa oportunidade”, contou a jovem. “Quando o nosso nome foi selecionado para o evento, fiquei tão feliz que estou comemorando até hoje”, brincou o noivo.
Para Márcia Correia, de 52, e Jacyr Souza, de 66, moradores do Camorim, os dias até a cerimônia são de pura ansiedade. “Mal consigo dormir. É a realização do nosso sonho perante a sociedade, que a gente conseguiu casar. Estaremos confirmando o nosso amor”, empolga-se a noiva. “Minha espera por ela foi de 13 anos. Só eu sei. E, agora, chegou esse nosso momento. Estou me sentindo realizado”, acrescentou o noivo.
Era tudo o que a gente mais esperava. Já pensávamos em casar no cartório. Daí veio essa oportunidade
ISABELE AYRES, noiva
Minha espera por ela foi de 13 anos. Só eu sei. E, agora, finalmente chegou esse nosso momento. Estou me sentindo realizado
JACYR SOUZA, noivo