O Dia

Sete pessoas foram assassinad­as por hora em 2016

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O que a população já sente no dia a dia, as estatístic­as confirmam oficialmen­te: em 2016, o Brasil registrou o maior número de homicídios na sua história. Foram 61.619 mortes violentas— sete pessoas assassinad­as por hora—, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados ontem. Isso representa um aumento de 3,8% em relação a 2015, quando ocorreram 58.870 assassinat­os.

Outro dado que chama a atenção é o número de policiais mortos. Em 2016, foram 437 baixas civis e militares, no exercício do dever ou fora de serviço, com 132 registros apenas no estado do Rio de Janeiro. O total aumentou 17,5% em relação ao ano anterior.

A polícia fluminense, por sinal, é a que mais morre, mas também é a segunda que mais mata, ficando atrás apenas do Amapá. Em 2016, o país registrou 4.224 pessoas mortas em ações de policiais, um aumento de 25,8% em relação a 2015. No Rio, foram 925 mortes, um aumento de 42,7% em relação aos 645 óbitos registrado­s em 2015.

A pesquisa também analisou o perfil de quem mais morre: 99,3% são homens, sendo 81,8% jovens, com idades entre 12 e 29 anos, e 76,2% negros. Diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, resumiu bem o que a população pensa sobre a violência.

“São números, no mínimo, obscenos. A violência se espraiou para todos os estados”, declarou Lima. Apesar da situação caótica, os governos estaduais gastaram 2,6% a menos em segurança pública, no ano passado, em um total de R$ 81 milhões. E o governo federal aparece com a maior redução: 10,3%.

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