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Ogoverno do Rio questionou judicialmente o ministro da Justiça, Torquato Jardim, sobre as acusações feitas por ele contra a Segurança Pública do estado. O procurador-geral do estado, Leonardo Espíndola, já enviou o documento, ao qual O DIA teve acesso, para a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Em declarações ao ‘UOL’, ratificadas também em ‘O Globo’, o ministro afirmou que os comandantes de batalhões são sócios do crime organizado. Além disso, o ministro disse que o assassinato do coronel Luiz Gustavo Teixeira, na semana passada, teria sido, na verdade, um “acerto de contas”. “Quem faz arrastão é o meliante pequeno, não é o pesadão que vem armado”, disse.
A fala de Torquato contraria as investigações da Delegacia de Homicídios. O laudo da arma utilizado ainda não ficou pronto, mas os investigadores acreditam que uma pistola Glock Kit rajada tenha sido utilizada, conforme O DIA noticiou. A arma é capaz de disparar 32 projéteis em 4 segundos.
Na interpelação judicial, o governo pede que o ministro mostre provas do que disse. “(...)na qualidade de Ministro de Estado, ao fazer as acusações que vociferou, a ele incumbe, sob pena de, em tese, cometer o crime de prevaricação, comprovar os fatos”. O governador Luiz Fernando Pezão se reuniu ontem com 35 coronéis da PM, entre eles, o comandante-geral Wolney Dias, e o secretário de Segurança, Roberto Sá. “O governador manifestou sua solidariedade a cada integrante da Polícia Militar”, disse Sá, sobre o encontro.
Em uma das declarações, Torquato disse que “é muito curioso que o Roberto Sá não tenha encontrado entre os oficias da ativa um comandante-geral da PM. E foi buscar o coronel Dias que já estava aposentado”. O secretário rebateu que conhecia Dias “há 34 anos” e que ele “tem uma carreia ilibada”. Sá e Dias foram companheiros da turma de formação de oficiais da PM, em 1983.
Especialistas se dividiram sobre as falas do ministro. “Até agora continuo duvidando que ele tenha dito isso, porque é de uma inabilidade e de uma irresponsabilidade enormes”, afirmou Antônio Rayol, delegado federal aposentado. Já o coronel da reserva, Paulo César Lopes, disse que o ministro deve ter provas. “Será que o ministro seria leviano em fazer tais assertivas, sem estar pautado em um sólido relatório de inteligência? Claro que não. Na verdade, suas declarações, soam muito mais como uma indignação”, disse Lopes.