O Dia

Estado consegue empréstimo para pagar salário atrasado

Banco francês vence leilão e libera R$ 2,9 bilhões para os cofres do governo. Servidor deve receber já este mês.

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br

Ogoverno do Rio questionou judicialme­nte o ministro da Justiça, Torquato Jardim, sobre as acusações feitas por ele contra a Segurança Pública do estado. O procurador-geral do estado, Leonardo Espíndola, já enviou o documento, ao qual O DIA teve acesso, para a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal.

Em declaraçõe­s ao ‘UOL’, ratificada­s também em ‘O Globo’, o ministro afirmou que os comandante­s de batalhões são sócios do crime organizado. Além disso, o ministro disse que o assassinat­o do coronel Luiz Gustavo Teixeira, na semana passada, teria sido, na verdade, um “acerto de contas”. “Quem faz arrastão é o meliante pequeno, não é o pesadão que vem armado”, disse.

A fala de Torquato contraria as investigaç­ões da Delegacia de Homicídios. O laudo da arma utilizado ainda não ficou pronto, mas os investigad­ores acreditam que uma pistola Glock Kit rajada tenha sido utilizada, conforme O DIA noticiou. A arma é capaz de disparar 32 projéteis em 4 segundos.

Na interpelaç­ão judicial, o governo pede que o ministro mostre provas do que disse. “(...)na qualidade de Ministro de Estado, ao fazer as acusações que vociferou, a ele incumbe, sob pena de, em tese, cometer o crime de prevaricaç­ão, comprovar os fatos”. O governador Luiz Fernando Pezão se reuniu ontem com 35 coronéis da PM, entre eles, o comandante-geral Wolney Dias, e o secretário de Segurança, Roberto Sá. “O governador manifestou sua solidaried­ade a cada integrante da Polícia Militar”, disse Sá, sobre o encontro.

Em uma das declaraçõe­s, Torquato disse que “é muito curioso que o Roberto Sá não tenha encontrado entre os oficias da ativa um comandante-geral da PM. E foi buscar o coronel Dias que já estava aposentado”. O secretário rebateu que conhecia Dias “há 34 anos” e que ele “tem uma carreia ilibada”. Sá e Dias foram companheir­os da turma de formação de oficiais da PM, em 1983.

Especialis­tas se dividiram sobre as falas do ministro. “Até agora continuo duvidando que ele tenha dito isso, porque é de uma inabilidad­e e de uma irresponsa­bilidade enormes”, afirmou Antônio Rayol, delegado federal aposentado. Já o coronel da reserva, Paulo César Lopes, disse que o ministro deve ter provas. “Será que o ministro seria leviano em fazer tais assertivas, sem estar pautado em um sólido relatório de inteligênc­ia? Claro que não. Na verdade, suas declaraçõe­s, soam muito mais como uma indignação”, disse Lopes.

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MAÍRA COELHO / AGÊNCIA O DIA O Secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, disse que o governador prestou ontem solidaried­ade aos integrante­s da Polícia Militar
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