O Dia

Acerto difícil entre banco e poupador

Não houve concordânc­ia sobre valores de perdas provocadas por planos econômicos

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Os representa­ntes de bancos e dos poupadores estão mais longe de um acordo a respeito do ressarcime­nto das perdas provocadas pelos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. Na última terça-feira, as duas partes se reuniram na Advocacia Geral da União (AGU), em Brasília, mas divergiram sobre valores a serem pagos a quem tive aplicações congeladas com os planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II. Um dos pontos do possível acordo, no entanto, já está fechado: o escaloname­nto do pagamento. A intenção é estabelece­r um cronograma em parcelas, conforme o montante a ser recebido pelo poupador.

De acordo com a Agência Estadão Conteúdo, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apresentou proposta “muito distante” do que defendem os representa­ntes dos poupadores, que aceitam desconto de 15% a 20% sobre os montantes devidos pelos bancos, dependendo da categoria em que a ação está enquadrada. O parâmetro tem como referência acordos menores fechados por bancos na Justiça, nos últimos anos.

O principal motivo para o impasse foi a distância entre o que querem os poupadores e o que foi apresentad­o pelos bancos. As partes apresentar­ão contraprop­ostas sobre os valores. A advogada-geral da União, ministra Grace Mendonça, que tem intermedia­do as conversas, pediu que bancos e poupadores “refletisse­m” em relação aos números e voltassem a conversar. Novo encontro está marcado para a próxima terça-feira.

Na semana passada, o discurso era de que um acordo estaria próximo - algo que, agora, parece estar mais distante. Se um acordo não for fechado, restará ao Supremo Tribunal Federal (STF) julgar a questão, que se arrasta há décadas por várias instâncias da Justiça.

Desde o ano passado, a AGU vem intermedia­ndo as conversas. As ações reivindica­m o pagamento das perdas referentes aos planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II. No início de setembro, falava-se que o valor do acordo poderia ficar entre R$ 8 bilhões e R$ 16 bilhões.

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DIVULGAÇãO Ministra Grace Mendonça pediu um reflexão sobre os valores

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