Trump quer uzbeque em Cuba e restringir Green Cards
N O presidente Donald Trump, que enfrenta o pior atentado de inspiração extremista de seu governo, classificou Saipov como um “animal” e disse que consideraria enviá-lo à prisão de Guantánamo, em Cuba. Trump ainda anunciou que deu início ao processo para acabar com o popular programa de atribuição de Green Cards ou vistos de residência por loteria, por meio do qual Saipov entrou no país.
O programa, criado em 1990 na Câmara a partir de um parlamentar do Partido Democrata — hoje na oposição —, outorga permissões de residência permanente a cerca de 50.000 solicitantes de todo o mundo a cada ano e abre as portas para que seus familiares os sigam.
“Temos que fazer o certo para proteger nossos cidadãos”, enfatizou o presidente, pedindo que sejam “mais rígidos”, “mais inteligentes” e “muito menos politicamente corretos” com relação ao tema migratório. “Vamos nos desfazer desse programa de loteria o quanto antes possível”, acrescentou, aproveitando para espezinhar os democratas.
Trump já reduziu a cifra de entrada de refugiados em mais de 50%, endureceu os requisitos para outorgar vistos e tentou proibir a entrada de turistas de 11 países, grande parte deles com populações de maioria muçulmana. Mas não o Uzbequistão, também de maioria muçulmana, que fez parte da antiga União Soviética, tem fronteira com o Afeganistão e onde há muita pobreza, corrupção e um governo autoritário.
Em 2015, a loteria de Green Cards recebeu mais de 14 milhões de solicitações e concedeu 49.377 permissões de residência, entre eles para 2.524 uzbeques. Trump disse querer que a imigração aos Estados Unidos seja por um “sistema baseado no mérito”, sem a possibilidade de incluir as famílias estendidas.
Já Guantánamo se tornou famosa quando se tornou o presídio dos combatentes islamitas capturados no Afeganistão após a invasão liderada pelos Estados Unidos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.