CINEMA PARA QUEM REALMENTE PRECISA
Religioso afirma que videoteca alvo de polêmica já estava no presídio em que está o ex-governador
Crianças da Casa do Menor São Miguel Arcanjo estrearam a videoteca que seria instalada na cadeia de Benfica, onde está Sérgio Cabral. Ontem, o ex-governador foi acusado pelo capelão prisional Carlos Serejo de ter pedido, pessoalmente, que missionários simulassem doação do equipamento para o presídio.
Mais um capítulo na trama que envolve a doação de uma videoteca aos detentos da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. Ontem, o pastor Carlos Alberto de Assis Serejo divulgou nota no Facebook em que afirma ter se reunido com Sérgio Cabral, na biblioteca do presídio, quando o próprio exgovernador pediu que ele assinasse um termo de uma doação que não existiu, porque o equipamento já se encontrava na penitenciária. A defesa de Cabral rebateu a denúncia e alega que não passa de mais um boato. Desde quarta-feira, o Ministério Público estadual está com procedimento investigatório criminal sobreocaso.
Na nota, Carlos Serejo diz que a reunião ocorreu dia 27 de outubro, por volta de 15h30, durante culto do pastor Cesar Dias de Carvalho. Segundo o comunicado, ele próprio e a missionária Clotildes de Moraes foram chamados à biblioteca pelo exgovernador. Na ocasião, “o detento expôs a necessidade de que um representante de instituição religiosa ou filantrópica assinasse documento de doação de alguns equipamentos eletrônicos (TV, DVD eH om eThe ater) que, segundo Cabral, já estavam no local, afim de legitimar ouso destes pelos presos.”
Anota informa que ,“segundo a falade Sérgio Cabral, o diretor da entidade prisional teria alega doque ou sode todos os equipamentos só poderia ser oficializado caso houvesse o documento de doação. O preso solicitou ajuda e falou que era só assinar o papel, e esse favor foi feito! O foco jamais foi beneficiar exclusivamente o preso Sérgio Cabral. Jamais se compactuaria com quaisquer decisões que con- trariassem as leis ou os valores cristãos.”
De acordo com o advogado de Carlos Serejo, Dr. Heckel Garcez Rodrigues Ribeiro, seu cliente foi induzido ao erro e não tinha noção do que estava acontecendo quando pediram para ele assinar o documento. “Ele só queria ajudar, foi do fundo do coração. Ele caiu na mão de uma pessoa de má fé”, alega Ribeiro, acrescentando que Serejo é apenas missionário e não representa a Igreja Batista do Méier.
Para Rodrigo Roca, um dos advogados de Sérgio Cabral, a denúncia não passa de mais um boato. Ele conta também que ainda não se reuniu com o ex-governador para tratar do assunto. “Cada um fala o que quer e é responsável pelo que diz. Não acredito que o ex-governador tenha feito opedido”, desqualifica Roca. A Secretaria de Administração Penitenciária informou que o titular da pasta jamais colocaria a assinatura “em documentos obrigados” e que suspendeu o benefício das TVs em celas e recreação esportiva dos detentos por 30 dias. A Seap afirma ainda que suspendeu a autorização da referida igreja de executar trabalho missionário em todas as unidades prisionais.