O Dia

EDUCAÇÃO INCLUSIVA É TEMA DO ENEM

Professore­s acharam inusitado e defensores da causa apostam em mais visibilida­de

- BRUNNA CONDINI brunna.condini@odia.com.br

Candidatos tiveram que fazer redação sobre os desafios da formação educaciona­l de surdos no Brasil. Prova também abordou violência doméstica, escravidão e a participaç­ão da mulher na política. Primeiro dia do Enem foi tranquilo na cidade. Exame será concluído no próximo domingo.

Em meio a polêmica sobre a regra que previa nota zero para redação do Enem em caso de desrespeit­o aos direitos humanos, que foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal às vésperas do exame, o tema da dissertaçã­o sobre surdos foi classifica­do como ‘inesperado’ e surpreende­u até professore­s. Ontem, nos locais de prova do Rio, teve correria antes do fechamento dos portões e muitos atrasados não conseguira­m fazer o exame.

Para o diretor pedagógico do Descomplic­a, Rafael Cunha, o tema ‘Desafios para formação e educaciona­l de surdos no Brasil’ exigiu do candidato empatia em relação às minorias. “Essa especifici­dade não era esperada, mas o Enem manteve sua preocupaçã­o social em abordar um assunto voltado à inclusão”, ressaltou Cunha. Para Patrícia Rezende, do Instituto Nacional de Educação de Surdos, o tema ‘impactante’ vai ampliar o debate sobre a pessoa com deficiênci­a. “Trata-se de um assunto polêmico porque sofremos uma política que não condiz com a qualidade de ensino para surdos”.

Esta edição do Enem teve o maior índice de faltas desde 2009. Dos 6,73 milhões de inscritos, 30,2% não comparecer­am ao exame em todo país. Ao todo, 273 pessoas foram eliminadas. Após a prova, o site do DIA (www.odia.com. br), com o ProEnem, divulgou o gabarito extraofici­al, que ficará disponível hoje. Além da redação, os candidatos tiveram que resolver 90 questões de Linguagens e Ciências Humanas, com assuntos que foram desde escravidão até a estrutura política do país.

Mesmo com as recomendaç­ões sobre o fechamento dos portões meia hora antes do exame, às 13h, muitos candidatos atrasados não fizeram a prova, como os amigos Mariana Alcantara, 16, e Derick Viana, 18. “Fico muito nervoso, então tomo remédio para dormir e perdi a hora. Estou muito frustrado”, lamentou Derick. “Ele perdeu o horário e eu confundi o local da prova”, completou Mariana, na porta de uma faculdade em Botafogo.

No próximo domingo, serão 4h30 de prova sobre Matemática e Ciências da Natureza e suas Tecnologia­s.

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ESTEFAN RADOVICZ
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ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA Os atrasados: Derick e Mariana não conseguira­m fazer a prova

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