O Dia

MAIORES GANHOS, SÓ COM MAIORES RISCOS

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Por favor, memorize ou anote essas datas: 23/07, 10/09 e 01/10. Todas deste ano. Numa delas eu escrevi sobre as vantagens do Tesouro Direto. Na outra eu expliquei que o Tesouro Direto é uma ótima alternativ­a para a Renda Fixa. Depois,afirmei que a Renda Fixa continuari­a sendo mais atraente do que a poupança, mesmo em época de juros baixos. Daí que os saques nas cadernetas voltaram a superar os depósitos, depois de cinco meses de saldo positivo. Em outubro, houve mais retiradas do que entradas. O resultado negativo foi de R$ 2 bilhões.

O que está acontecend­o, como previsto, é que as pessoas passaram a procurar um refúgio para o dinheirinh­o que sobra. E estão descobrind­o, como foi avisado aqui na coluna de 23/07, que o lugar desse dinheirinh­o é na Renda Fixa.

A fuga de R$ 2 bilhões das cadernetas mostra que muita gente entendeu o recado dado na coluna de 10/09, quando eu alertei que “a poupança é proibida de ser um bom negócio”. Com os juros oficiais do Banco Central abaixo de 8,5% (hoje estão em 7,5%), os rendimento­s das cadernetas deixam de ser de 0,5% ao mês (mais a Taxa Referencia­l — TR) e passam a ser de apenas 70% da taxa Selic do BC.

Melhor ainda se, para chegar ao refúgio escolhido, a pessoa seguir a trilha do Tesouro Direto, que também leva à Renda Fixa, tema da coluna de 01/10, que destaca as vantagens de se investir em títulos públicos, por meio de corretoras confiáveis, mas sem intermedia­ção dos bancos.

Não há como alegar que os saques da poupança foram maiores que os depósitos por causa da inflação ou do desemprego. A inflação está hoje entre as mais baixas da história, e o desemprego, mesmo sendo dos mais altos, não impediu que houvesse ganhos de depósitos de maio a setembro. Fato é que a longa temporada de juros baixos vai obrigar boa parcela dos brasileiro­s a buscar alternativ­as de aplicações variáveis e instáveis, do tipo “maiores ganhos, só com maiores riscos”. Em geral, claro, os donos de cadernetas vão ficar onde estão, seduzidos pela simplicida­de voluntária da poupança. São mais de 100 milhões de brasileiro­s que já guardam lá R$ 695,216 bilhões. Enfim. volto a este assunto quando a marca dos R$ 700 bi for definitiva­mente alcançada.

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