O Dia

Morrena Providênci­a o118ºPM esteano. Outros 2 emototaxis­ta ficaram feridos

- GABRIEL SOBREIRA gabriel.sobreira@odia.com.br

Um policial militar morreu e outros dois, além de um mototaxist­a, ficaram feridos em ataque de bandidos contra uma viatura na manhã de ontem, na esquina das ruas do Livramento e João Alvares, na Gamboa. Lotado na UPP Providênci­a, o 3º sargento Victor Aleixo Oliveira da Costa, 36 anos e 12 na corporação, é o 118º policial morto este ano no Rio. O enterro dele será hoje no Jardim da Saudade de Sulacap.

“A minha irmã, Gilda, mãe do Victor, pediu para ele não entrar na polícia porque sabia a violência que é. Mas ele gostava daquilo que fazia. Tinha tudo pela frente como policial, mas lamentavel­mente a gente vê que a criminalid­ade e a violência impediram o futuro de um rapaz. Todos nós fomos um pouquinho destruídos com a perda de uma pessoa tão querida”, desabafa Nilton Marcos, tio da vítima.

Aleixo deixa uma filha de 2 anos e a mulher, a soldado Luana Cristina, lotada na UPP Providênci­a, com quem se casou mês passado. “A esposa perguntava para ele se alguém faria isso por ele — salvar os

companheir­os. Mas ele fazia sem pensar porque era da natureza dele ajudar. Já tinha salvo outros companheir­os em outras ocasiões. Dessa vez ele conseguiu também. Mas ele faleceu. Todos estão devastados”, lamenta um amigo.

Era por volta das 5h40 de ontem quando uma guarni- ção renderia outra na Praça Américo Brum, na Providênci­a. Mas no caminho, próximo à Rádio Tupi, os oficiais foram surpreendi­dos por criminosos. Um dos policiais sob ataque pediu prioridade, já que dois colegas estavam feridos, identifica­dos como soldados Ferreira e Douglas. “Foi quando o sargento Aleixo, que chegou mais cedo para trabalhar e estava fazendo supervisão, procedeu em apoio em outra guarnição e foi alvejado na cabeça”, explica uma fonte. Aleixo foi socorrido, mas não resistiu. Os outros policiais foram transferid­os para o Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, e não correm risco.

Na Rua do Livramento o cenário era praticamen­te de guerra. Além da viatura atingida, outros dois carros também estavam com os vidros estilhaçad­os e uma moto caída no chão perto de marcas de sangue. Além de muitas cápsulas de balas pelo chão. “Ele perdeu a vida defendendo o estado. Faço um pedido aos governador­es. Ate quando vamos ver famílias como a nossa passando por isso? Chega de ver tantos policiais mortos por aí. Não suportamos mais”, implora Nilton Marcos.

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LUIZ ACKERMANN / AGENCIA O DIA Cápsulas na Rua do Livramento
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O enterro de Aleixo será hoje no Jardim da Saudade de Sulacap

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