LAVAGEM DE DINHEIRO É ENTRAVE
Governadores defenderam a liberação do jogo de azar no Senado, mas o delegado da Polícia Civil Sandro Caldeira alerta sobre a possibilidade de lavagem de dinheiro por organizações criminosas. Afinal, o que seria cobrado de imposto nesse novo segmento acabaria destinado ao financiamento da Segurança Pública dos estados, embora já exista um fundo com esse objetivo para o setor, ligado ao Ministério da Justiça. Porém, pouco utilizado.
O senhor é a favor da liberação do jogo para financiar a segurança?
Não. Existe a possibilidade de que casas que exploram o jogo de azar façam lavagem de dinheiro. E isso seria um contrassenso.
Como é possível impedir a lavagem?
Com a fiscalização do Estado. A lei de lavagem de capitais viabiliza uma boa investigação, mas sem fiscalização, não fica a contento, principalmente, porque há diversas formas de ocultação da origem do dinheiro.
A corrupção também contribui?
Sem dúvida. Mas é preciso lembrar que os impostos são lícitos. E qualquer verba dessa natureza é bem-vinda. A questão é prestar muita atenção na lavagem de dinheiro em razão da origem da verba.
Já existe um fundo destinado à Segurança Pública que é pouco utilizado. Por quê?
Sim, existe. Nós aqui do Rio de Janeiro mesmo tentamos muito utilizar esse dinheiro. Mas a burocracia é imensa.