O Dia

Força-tarefa para combater crimes

Segurados do INSS não devem fazer depósito em conta nem fornecer dados pessoais para terceiros

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Acrescente onda de fraudes e golpes contra os segurados acendeu o alerta na Secretaria de Previdênci­a do Ministério da Fazenda, que criou uma força-tarefa composta por membros da própria pasta, Polícia Federal, AdvocaciaG­eral da União (AGU), Receita Federal e Ministério Público Federal (MPF). O objetivo, informou ao DIA o secretário de Previdênci­a, Marcelo Caetano, é identifica­r e combater todo e qualquer início de fraude contra os cofres do INSS. Até 14 de novembro, foram feitas 39 operações, que estancaram uma sangria de R$ 89.501.958,84 nas contas da Previdênci­a no país.

Somente no Estado do Rio de Janeiro, em duas ações, a força-tarefa cessou o pagamento de R$14.464.304,86 em benefícios fraudulent­os. “Em um único endereço, em Madureira, havia 41 pagamentos de Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ao chegar ano local, os agentes encontrara­m documentos que comprovara­m a fraude”, revelou Marcelo de Ávila, chefe da Coordenaçã­o-Geral de Inteligênc­ia Previdenci­ária (Coinp).

Outro alerta é sobre golpes praticados por fraudadore­s que se passam por representa­ntes da Previdênci­a para oferecer benefícios e extorquir os segurados do INSS. De acordo com dados da Ouvidoria-Geral da Previdênci­a Social, até julho deste ano já foram registrada­s 732 denúncias relatando esse tipo de fraude.

“As pessoas devem ficar atentas para não serem vítima desse tipo de golpe. A Previdênci­a não cobra para prestar um serviço que é um direito do cidadão que Força-tarefa realizou 39 operações em todo país. Com isso, a Previdênci­a deixou de desembolsa­r R$89,5 milhões.

contribuiu a vida inteira para ter direito a seu benefício”, afirma Caetano.

A abordagem dos fraudadore­s costuma acontecer da seguinte forma: os criminosos entram em contato, por telefone, com segurados e se identifica­m como integrante­s do Conselho Nacional de Previdênci­a (CNP) oferecendo algum tipo de benefício. Afirmam que o aposentado ou pensionist­a teria direito a receber valores atrasados, geralmente, grandes quantias de dinheiro, e pedem que entrem em contato com eles por meio de um número de telefone.

Quando o segurado liga, os fraudadore­s pedem que informe dados pessoais e solicitam o depósito de determinad­a quantia em uma conta bancária, para liberar um pagamento que não existe. “É importante estar atento para não cair nessa armadilha”, diz Cristiane Saredo, do escritório Vieira e Vieira Assessoria Jurídica e Previdenci­ária.

Em outras situações, os criminosos abordam os segurados e afirmam que estes teriam direito a receber valores referentes a uma falsa revisão de benefícios. Mas, na verdade, é um golpe. Todas as revisões feitas pela Previdênci­a são baseadas na legislação e os segurados não precisam pagar para ter direito a qualquer benefício, informa a Previdênci­a.

“Em caso de dúvida ou suspeita de fraude ou golpe, o segurado deve ligar para a Central de Atendiment­o 135 e fazer a reclamação. Dependendo do teor da denúncia, o caso é enviado para a força-tarefa ou para o próprio INSS”, orienta o secretário Marcelo Caetano.

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Para Cristiane Saredo, é preciso cuidado para não cair em armadilhas

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