Veja como se proteger das fraudes e dos golpes
Ofertas de intermediários para conseguir aposentadoria fácil ou benefícios podem esconder armadilhas. Força-tarefa foi criada e combate outras falcatruas.
Otrabalhador que está perto de se aposentar deve fugir das falsas promessas de “aposente-se já” espalhadas por muros e faixas pela cidade e até publicadas em classificados de jornais. O DIA localizou várias propagandas, pela Zona Norte, com ofertas de aposentadoria fácil, inclusive discriminando por tempo de contribuição, idade e também Loas (benefício pago a idosos de baixa renda). Outras “ofertas” são de revisões de aposentadorias do INSS, onde advogados prometem ajuizar ações judiciais. Há casos em que são cobrados valores de três meses do benefício para cobrir custos do processo. O segurado precisa ficar alerta. Ele está prestes a cair em um golpe.
“Ao fornecer seus documentos a uma pessoa desconhecida, o trabalhador fica vulnerável a todo tipo fraude”, alerta Cristiane Saredo, do escritório Vieira e Vieira Assessoria Jurídica e Previdenciária. “Alguns benefícios são concedidos de forma fraudulenta e o segurado nem sabe”, adverte.
Outra situação, complementa Cristiane, é que o segurado às vezes paga antecipado para quem promete facilidades e nunca recebe a carta do INSS. E quando busca informação, verifica que nem houve abertura de processo administrativo no INSS. “Já em outros casos, têm o benefício concedido de forma errada. Sem contar nos que ao receber o pagamento são ‘premiados’ com descontos de empréstimos consignados que nunca fizeram”, afirma Cristiane.
“Fuja disso, é falcatrua”, alerta o aposentado Antônio Carlos de Oliveira Reis, 67 anos, morador de Quintino. Perderá dinheiro se fizer negócio com esses escritórios”, diz Reis.
CONSELHO DE AMIGO
O aposentado ouviu o conselho de um amigo e ao invés de se deixar seduzir pela “facilidade” anunciada no muro foi a uma agência da Previdência Social no Méier e conseguiu o benefício.
Um outro caso que O DIA teve acesso foi do segurado X. - que por segurança pediu para não ser identificado. Mecânico, de 44 anos, foi vítima de bala perdida na cabeça. Afastado por auxílio-doença há três anos, viu cartaz com oferta de serviços no INSS e ligou para saber se tinha direito a se aposentar por invalidez, já que ficou com sequelas.
X.ligou para o número indicado em um dos anúncios e marcou uma consulta. No dia, levou os documentos exigidos pela atendente e, por pouco, não “perdeu” três meses de benefício a título de custas advocatícias. “Chegando no escritório, a pessoa se apresentou como advogada e me cobrou R$ 200 para avaliar a documentação”, lembra.
Ele conta que após a análise foi informado que teria que assinar contrato em que se comprometeria a pagar quantia correspondente a três meses do benefício. X. não deixou documentos no suposto escritório de advocacia.
E pelo visto foi o melhor que fez. Segundo alerta Herbert Alencar, do escritório Cincinatus e Alencar, a prática (de oferecer serviço) é punida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Muitos que colocam anúncios são despachantes”, alerta.