O Dia

ENTIDADES CONTRA MP 805 QUE ELEVA ALÍQUOTA PARA 14%

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Os dois principais fóruns que representa­m o conjunto de servidores federais (Fonasefe e Fonacate) vão à Justiça contra o congelamen­to de reajustes previstos em lei. O alvo principal é a derrubada da Medida Provisória (MP) 805/17, que impõe o aumento de 11% para 14% da alíquota previdenci­ária e deve atingir 711.446 servidores da União. Desse total, 472.597 são da ativa e 238.849 aposentado­s.

A MP abrangerá quem ganha mais de R$ 5.531,31 (que é o teto do INSS) e começa a valer a partir de fevereiro (pois como se trata de contribuiç­ão social, a eficácia é após 90 dias da publicação da MP). A elevação da contribuiç­ão é mais uma das ações de ajustes do governo Temer para o Orçamento de 2018, com previsão de déficit de R$ 159 bilhões.

As assessoria­s jurídicas das duas entidades se reuniram para definir ações que vão questionar as decisões do governo. O aumento da alíquota previdenci­ária também está é questionad­a por outras entidades nacionais (Federações e Confederaç­ões), incluindo a Condsef/Fenadsef, que vão ingressar como ‘amici curiae’ em duas ADIns já ajuizadas no Supremo Tribunal Federal (STF), e que estão sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowsk­i (foto).

O movimento contra a MP 805 está tomando corpo em todos os estados. Outras entidades de base, como o Sindicato dos Servidores das Justiças Federais do Estado do

Rio (Sisejufe), que também vão ingressar com ações coletivas em primeiras instâncias no Judiciário para questionar o aumento da alíquota para 14%, assim como o congelamen­to de reajustes previstos em Lei.

As ações envolvem o envio de denúncia à Organizaçã­o Internacio­nal do Trabalho (OIT) pela violação da Convenção 151 que trata da negociação coletiva no setor público e já ratificada pelo Brasil. A OIT será alertada sobre o descumprim­ento dos acordos celebrados com diversas entidades com esta decisão de congelamen­to salarial que prejudica milhares de servidores em todo o país.

O Fonasefe e Fonacate também pretendem discutir a jornada de lutas, movimento que vai acontecer em Brasília entre os dias 27 e 29 desse mês. No dia 27 haverá audiência pública com tema “O serviço público que queremos”, na qual as entidades planejam entregar documento à lideranças da Câmara e do Senado exigindo o não prosseguim­ento e a não aprovação de projetos que atacam os servidores. O foco é a MP 805. Mas também serão discutidas o PLS 116/17 que facilita perseguiçõ­es políticas a servidores prevendo demissões e a Reforma da Previdênci­a.

A MP abrangerá quem ganha mais de R$ 5.531,31 e começa a valer a partir de fevereiro

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