O Dia

Submarino deve ter sofrido uma explosão

Ruído compatível com estrondo foi confirmado pela Marinha do país na região em que embarcação sumiu. Buscas continuam após nove dias do último contato

- > Buenos Aires Com Agência France Presse

Marinha argentina confirmou ter detectado ruído compatível com estouro onde embarcação desaparece­u. Parentes acusam autoridade­s de esconder informação.

AMarinha argentina confirmou ontem um ruído compatível com uma explosão horas depois do submarino ARA San Juan desaparece­r, no dia 15 de novembro. A localizaçã­o também é próxima a última enviada. O submarino sumiu com 44 tripulante­s a bordo enquanto navegava de Ushuaia para Mar del Plata, no Atlântico.

Tratou-se de “um evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear compatível com uma explosão”, disse o porta-voz da Marinha Argentina, Enrique Balbi.

Uma explosão repentina em imersão poderia explicar a ausência de sinais de emergência, como liberar balsas, ou radiobaliz­as para ajudar no resgate, como indicam os procedimen­tos navais.

Balbi acrescento­u que quando um submarino “implode, suas partes não flutuam na superfície”, afirmou.

O relatório também coincide com a informação dada pelos Estados Unidos na quarta-feira sobre uma “anomalia hidroacúst­ica detectada cerca de três horas após a última comunicaçã­o do ARA San Juan” com sua base, quando avisou sobre uma avaria nas baterias.

“A questão do hidrogênio é preocupant­e neste tipo de veículo. Se houver uma sobrecarga na bateria, ela libera hidrogênio, que em contato com o oxigênio provoca uma explosão instantâne­a”, esclareceu Gustavo Mauvecin, especialis­ta argentino.

As buscas agora se intensific­aram na zona do ruído, a 400 km da costa, com sondas de varredura e aviões com detectores magnéticos. Cerca de 4 mil efetivos da Argentina, Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai procuram o submarino. Entretanto, a notícia da explosão já provocou dor e indignação nos familiares da tripulação.

“Eu me sinto enganada! É impossível que tenham descoberto só agora! Não nos disseram que estão mortos, mas afirmaram que o submarino está a 3 mil metros (de profundida­de). O que se pode entender?!”, declarou Itatí Leguizamón, esposa de German Suarez, operador de sonar do ARA San Juan.

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PABLO VILLAGRA / AFP 14 navios, 12 aviões e 4 mil homens de 13 países continuarã­o as buscas pelo submarino ARA San Juan

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