O Dia

Casa cheia em Benfica

Condenada a 18 anos e 3 meses, Adriana Ancelmo, cumpria prisão domiciliar, referente à investigaç­ão

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

Mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo teve a prisão domiciliar cassada e foi para a Cadeia Pública José Frederico Marques, onde está o marido. O grupo de Cabral na prisão ganhou ontem o reforço de seu ex-secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, preso pela PF.

Amulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, deixou seu apartament­o no Leblon, no início da noite de ontem, e voltou para a cadeia. A ordem de prisão preventiva partiu da 1ª Seção Especializ­ada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Os desembarga­dores acataram o pedido do Ministério Público Federal (MPF) pela revogação do recolhimen­to domiciliar que beneficiav­a a advogada desde março.

Condenada em primeira instância, em setembro, a 18 anos e 3 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa, no âmbito da Lava Jato, Adriana foi para o presídio José Frederico Marques, em Benfica, destinado a presos com ensino superior, foro privilegia­do ou determinaç­ão judicial. Além de Sérgio Cabral, estão na mesma cadeia os ex-governador­es Anthony e Rosinha Garotinho e os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi.

O julgamento, realizado à tarde, terminou com 3 votos a 2 pela conversão do regime domiciliar para fechado. Os desembarga­dores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo acompanhar­am o voto do relator, Marcello Granado, a favor da volta de Adriana para a cadeia. SimoneSchr­eibereIvan­Athié, que presidiu a sessão, divergiram dos três primeiros.

A prisão domiciliar havia sido autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O advogado de defesa, Renato de Moraes, argumenta que a ex-primeira-dama

MPF: representa­va ‘quebra de isonomia’, já que milhares de mães brasileira­s estão presas

tem esse direito porque seu filho mais novo é menor de 12 anos (tem 11) e precisa da presença da mãe. Moraes avisou que vai recorrer ao STJ. Adriana chegou a ficar reclusa em Bangu de dezembro, quando foi presa na operação Calicute, até março.

O MPF sustentou que o regime domiciliar representa­va “quebra de isonomia”, já que milhares de mães brasileira­s estão presas. Ponderou também que a liberdade da ré compromete a garantia da Mulher de Cabral foi hostilizad­a por pessoas que a esperavam em Benfica ordem pública e da instrução criminal, tornando “altamente provável” a continuida­de da ocultação de patrimônio obtido ilicitamen­te por ela e pessoas próximas.

“O próprio Supremo (Tribunal Federal) e o STJ já decidiram que tem que ser analisado caso a caso, a situação familiar de cada mulher, os crimes cometidos, e aí sim ser proferida uma decisão com relação especifica­mente a cada presa que possui filho menor de 12 anos”, disse a procurador­a-regional da República Mônica de Ré.

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LUIZ ACKERMANN Adriana (de gola branca no banco de trás) fez exame de corpo de delito e chegou às 20h15 na prisão
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MAÍRA COELHO / AGÊNCI

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