O Dia

Bom de briga e duro na queda

Lutador de Muay Thai de Nova Iguaçu é o melhor do Rio de Janeiro em sua categoria

- Aline.cavalcante@odia.com.br

Aos 22 anos Arnaldo de Souza, o Moska, mostra que a idade não é problema quando se tem vontade e talento. Para quem luta desde os 15 anos e se profission­alizou aos 17, ele traz algumas experiênci­as e vitórias na bagagem. De Nova Iguaçu, ele tem rodado o Brasil em competiçõe­s de Muay Thai. É o atual campeão do Rio na categoria até 67 kg.

Mesmo com vitórias colecionad­as seguir no esporte ainda é difícil. Sem patrocínio as viagens são bancadas por Moska e seus companheir­o e treino. Muitas vezes é preciso fazer rifas, bingos, ou até mesmo desistir de competiçõe­s. “Ainda é um caminho com muitos obstáculos. É ralação, não rola grana e já tive que desistir de algumas lutas porque não conseguimo­s arcar com o custo. Fui convidado para uma luta na Itália, mas não tive como ir. Era muito caro”.

Apesar da dificuldad­e, Moska segue firme na luta. Determinaç­ão adquirida na vida dura e na infância pobre.

“Tenho dois irmãos que perdi de forma trágica. Um desaparece­u e o outro foi assassinad­o, perdemos eles para as drogas. Isso foi um alerta para mim, não queria acabar como eles. Foi nesta época que a luta entrou na minha vida. Isso me salvou”, lembra o atleta.

O que começou como diversão, virou paixão, profissão e mudou a vida de Arnaldo. Ele, além de atleta, dá aulas da modalidade em várias academias da Baixada.

“Ele tem a perna forte, é muito e talentoso demais. Percebi isso desde que o conheci, há alguns anos. Naquela época ele estava só começando, mas já dava para ver todo o potencial. Sei que ele vai despontar e brilha muito ainda”, diz o treinador e amigo, Renan Altamiro, 30.

A rotina de Moska não tem moleza. Ele treina de segunda a sábado, mais ou menos 4 horas por dia.

“É puxado, mas sei que para vencer tem que ser assim. Tem que lutar e correr muito atrás e este é o meu sonho. Sei que ainda vou muito longe e dar muito orgulho para a minha cidade”, afirma Moska.

O lutador sonha com o dia em que vai poder viver do seu sonho e ser recompensa­do por seu talento. “É duro ver que ainda não reconhecem meu talento, que não valorizam aquilo que eu mais amo fazer, mas devagar eu vou chegar no topo. E vou fazer por muitos meninos o que um dia fizeram por mim”.

No currículo, Moska coleciona nocautes, frutos de seu talento e disciplina. Das 12 lutas de sua carreira perdeu apenas duas vezes. E aí, vai encarar?

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FOTOS LUIZ ACKERMANN
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