O Dia

Bandidos expulsam policiais de posto

Foco é um possível envolvimen­to de servidores em privilégio­s do ex-governador

- ADRIANA CRUZ adrianacru­z@odia.com.br

Base de policiamen­to comunitári­o no Complexo do Barbante, na Ilha, foi totalmente destruída. No sábado, PMs tiveram que se esconder em cômodos interiores, quando estavam sob a mira da artilharia pesada dos traficante­s. Comando do batalhão decidiu abandonar o posto.

Oreinado de mordomias do ex-governador Sérgio Cabral nas cadeias, comandadas pela Secretaria de Administra­ção de Administra­ção Penitenciá­ria (Seap), está ancorado em crimes como prevaricaç­ão, corrupção passiva e ativa, e atos de improbidad­e administra­tiva. Um arsenal de inquéritos criminais e civis estão sob a batuta do Ministério Público Estadual. O órgão termina de analisar até sexta-feira mais de dez mil horas de imagens de 16 câmeras que flagram privilégio­s de Cabral quando estava na cadeia pública Petrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó.

Hoje fica pronto a avaliação da apreensão feita na semana passada de iguarias como camarões, bolinho de bacalhau, com direito a serviço de entrega de três restaurant­es chiques da Zona Sul, roupa de cama impecável (como toalhas brancas), no mais novo endereço do ex-governador: a Cadeia Pública José Frederico Marquês, em Benfica. Se ficar comprovado o envolvimen­to de servidores, eles podem até perder o cargo.

“Há o afastament­o das funções podendo chegar à perda do cargo. No campo criminal, comprovado eventual crime de prevaricaç­ão ou corrupção, pena de prisão. Tudo dependerá da investigaç­ão”, explicou a promotora Andréa Amin, coordenado­ra do Grupo de Atuação Especializ­ada em Segurança Pública do MP (Gaesp), que presta auxílio na maior parte das investigaç­ões.

RUMO À JUSTIÇA

Os procedimen­tos também serão encaminhad­os pelo Ministério Público ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, responsáve­l pela Lava Jato no Rio, e ao juiz da V arade Execuções Penais, G ui- lherme Schilling Pollo Duarte. Segundo a promotora, Cabral só pode ser punido por privilégio­s se ficar comprovado que pagou funcionári­os públicos pelas benesses. O MP também apura a instalação de uma cinemateca, avaliada em R$ 23 mil, no presídio de Benfica.

“Temos três procedimen­tos sobre privilégio­s que vamos avaliar se eles serão reunidos na esfera civil. O que não acontecerá na criminal”, esclareceu Andréa Amin.

Atualmente, Benfica abriga além de Cabral, o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, e os deputados Édson Albertassi e Paulo Melo, todos do PMDB. Também estão na unidade, Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, e Rosinha Matheus, mulher de Anthony Garotinho.

Garotinho foi transferid­o de Benfica para Bangu 8 porque alegou ter sido agredido na unidade. A Seap nega. A operação de sexta-feira era para avaliar as condições de Garotinho em Benfica, mas acabou atingindo Cabral. Sexta-feira, a Seap informou que visitantes podem levar até três bolsas de supermerca­do contendo alimentos ou produtos de higiene pessoal para os detentos.

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REPRODUÇÃO WHATSAPP
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REPRODUÇÃO Na última sexta-feira, o Ministério Público apreendeu alimentos que seriam levados para Sérgio Cabral

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