O Dia

LOTERJ: RECURSO A MEIRELLES

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■Par atentar evitar o fim das loterias estaduais coma privatizaç­ão da Lotex, o presidente da Loterj, Sérgio Ricardo de Almeida, acaba de enviar um recurso ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Tenho esperança de reverter. Seria uma perda para todos os estados que contam com loteria instantâne­a”, diz Almeida. Por aqui, a Raspadinha e o Rio de Prêmios geram mais de R $200 milhões por a node receita para o estado.Em 2017, R $21 milhões foramre passados a projetos sociais.

■ ODIA: Por que a privatizaç­ão da Lotex seria prejudicia­l ao país?

● ALMEIDA: Esse decreto -lei fere os mais elementare­s princípios da administra­ção pública, tais como a continuida­de do serviço público além do princípio geral da livre concorrênc­ia. Ao privatizar, você estará colocando todo o processo na mão de só uma empresa ou grupo.

■ Trazendo agora a privatizaç­ão aqui para o nosso estado, qual seria o impacto?

● Prejudicar­ia muito os projetos sociais. Este ano, a Loterj repassou R$ 21 milhões para Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepciona­is), Associação Pestalozzi, Casa da Mulher (vítima de violência) e Casa da Criança (vítima de violência). No cenário de penúria pelo qual o estado passa, manter esse apoio da Loterj para causas como essas é essencial. A privatizaç­ão também geraria desemprego e afetaria 4 mil pessoas que trabalham em postos de venda de loteria. A economia perderia muito, já que a Raspadinha gera receita de R$ 200 milhões por ano ao estado. E, se algumas alterações fossem aprovadas, como a de fazer jogos instantâne­os pela internet, poderíamos alcançar até R$ 1 bilhão por ano.

■ O governo federal alega que precisa do dinheiro da privatizaç­ão...

● Mas aí vai criar um monopólio para privatizar para o capital internacio­nal. Nunca vi isso. Você acaba com a concorrênc­ia nos estados, gera um monopólio e entrega para o capital internacio­nal. O Congresso tem uma luta no sentido de legalizar jogos de azar e, na contramão disso, o governo federal fala em acabar com as loterias estaduais.

■ Você enviou uma carta-recurso ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Acredita que ele vai se sensibiliz­ar? ● A gente sabe da força dele. Ele é um liberal de formação, é um cara do Citibank, é banqueiro. Não pode um liberal querer monopólio. Eu tenho certeza que isso não está na cabeça dele. Isso deve ter sido elaborado pelo setor burocrátic­o da Fazenda.

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e-mail: paulo.cappelli@odia.com.br PAULO CAPPELLI

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