Quem pedir aposentadoria até amanhã deverá perder menos
Agendamentos feitos até quinta-feira escapam do cálculo baseado na nova expectativa de vida do brasileiro.
Os trabalhadores da iniciativa privada ou autônomos que já cumpriram os períodos exigidos pela Previdência para pedir aposentadoria - 30 anos de contribuição para mulheres e 35 anos para homens - devem agendar o pedido de concessão do benefício no INSS até amanhã. Os segurados que fizerem o pedido antes da divulgação, na sexta-feira, da nova taxa de expectativa de vida da população brasileira referente a 2016 vão fugir da atualização do fator previdenciário que impacta diretamente no cálculo da aposentadoria. A medida pode evitar perdas no valor que será concedido pelo INSS.
O alerta é de Newton Conde, atuário especializado em Previdência, diretor da Conde Consultoria e professor do Departamento de Economia da USP, que explica: “Como a atualização da tábua não segue um padrão, pode ser que o trabalhador tenha alguma redução com a mudança do fator previdenciário. Caso já esteja agendado no INSS, o benefício levará em conta o fator anterior à divulgação da nova taxa que sairá na sexta-feira, porque leva em conta o dia do agendamento, mesmo que o atendimento seja marcado para daqui a dois ou três meses”. Sobre a divulgação dos números, o especialista evitou fazer projeções. “Não há um padrão, depende dos técnicos. Mas nos últimos anos a expectativa está mudando pouco, algo em torno de 28 dias”, diz.
Mas caso a tabela do IBGE seja mais vantajosa, acrescenta Conde, o trabalhador pode cancelar o atendimento e pedir o benefício mais à frente. “De preferência em janeiro, quando já são conhecidas as taxas de inflação e os índices que serão aplicados sobre o valor da aposentadoria”, orienta.
Para calcular o benefício, o fator considera o tempo de contribuição, a idade do trabalhador e a expectativa que tem de vida no momento em que dá entrada no INSS. Na prática, o fator reduz o valor da aposentadoria para quem se aposenta antes do limite de 60 anos (mulheres) e 65 anos (homens), em até 40%.