O Dia

Homenagens­eeternador

Um ano após a tragédia com o voo da Chapecoens­e, cidade reverencia as vítimas

- > Santa Catarina

Chapecó enfrentou ontem um dia de reflexão, homenagens e muita tristeza. De madrugada, os sinos da Catedral tocaram na mesma hora em que há um ano a cidade vivia o seu maior pesadelo: o acidente com a delegação da Chapecoens­e, na Colômbia, que deixou 71 mortos.

“Foi doloroso quando tocaram os sinos, porque me levaram para aquela montanha, no momento do impacto, mas são coisas que temos que passar”, disse à agência de notícias AFP o jornalista Rafael Henzel, o único dos seis sobreviven­tes que compareceu à cerimônia. Segundo ele, era importante homenagear as pessoas que se foram e celebrar o que considera seu “primeiro ano de vida.” A igreja estava com o verde e o branco da Chape e tomada por forte emoção. Era muito difícil conter as lágrimas.

Antes da cerimônia, uma marcha silenciosa percorreu a cidade a partir da Arena Condá, com a presença de familiares de várias das vítimas, muitos com camisetas estampadas com os rostos das pessoas que perderam.

O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, destacou que o momento era para celebrar a vida. “Ao longo do ano, Chapecó mudou seu sentimento de profunda tristeza pela nostalgia, e agora de reconhecim­ento, de que suas vidas têm que ser exaltadas”. Ele lembrou o apoio que recebeu da população de Medellín: “Todos nos entregaram a força de que precisávam­os para seguir em frente. A partir dessa força, o mundo inteiro também nos entregou a sua. Deus escolheu Medellín e Chapecó para dar um recado ao mundo e esse recado foi de amor, de solidaried­ade, de dor, para nos amarmos mais, e é por esse sentimento tão nobre que estamos aqui.”

Na Arena Condá, um buquê de flores branco no centro do gramado de luto e a torcida cantando para o céu marcaram um dos momentos mais emocionant­es. “Vamos, vamos, Chape”, cantavam.

Na Colômbia, dois helicópter­os da Força Aérea atiraram flores sobre a praça central do município de La Unión, perto do local onde ocorreu o acidente — agora batizado de Morro da Chapecoens­e —, enquanto eram lidos os nomes das vítimas da tragédia, imortaliza­dos em uma placa.

Na Arena Condá, a canção ‘Vamos, vamos, Chape’ marcou a bela homenagem às vítimas do acidente

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